ANCARA - Mais de 18 mil servidores públicos da Turquia foram exonerados neste domingo, 8, por supostos vínculos com organizações responsáveis pelo golpe frustrado realizado em julho de 2016 contra o atual presidente, Recep Tayyip Erdogan. A maior parte dos demitidos eram policiais e militares do Exército, mas há também professores universitários e funcionários do governo. A medida é considerada uma das últimas ações de Erdogan antes da suspensão do estado de emergência, em vigor há quase dois anos.
De acordo com o decreto-lei publicado no Diário Oficial do país, 18.632 pessoas, entre elas 9 mil policiais e 6 mil membros das Forças Armadas, perderam os cargos. A lista também inclui mil funcionários do Ministério da Justiça e 650 do Ministério da Educação. Além disso, 199 professores universitários de diversas instituições do país foram demitidos.
A medida é uma das primeiras adotadas por Erdogan após consolidar seu poder nas eleições presidenciais turcas de junho passado, na qual saiu vitorioso e adquiriu novos poderes executivos após um referendo realizado em 2017. O decreto também é considerado um dos últimos a ser publicado durante o estado de emergência imposto em todo o país após a tentativa de golpe há dois anos e cuja suspensão foi uma das promessas de campanha do atual presidente.+ ANÁLISE: Erdogan lutou muito e ganhou injustamente
Desde a tentativa de golpe, o governo de Erdogan exonerou mais de 160 mil servidores públicos, informou o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas em balanço divulgado em março. Do total, pelo menos 50 mil foram formalmente denunciadas e presas. //REUTERS, AFP