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Governo ucraniano volta a ameaçar manifestantes, que seguem nas ruas

Segundo primeiro-ministro, opositores que violarem a lei serão punidos pela Justiça

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Por Redação
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KIEV - O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, disse nesta quarta-feira, 3 que haverá punições para os manifestantes que violarem a lei, depois que ministros precisaram de escolta para chegar a uma reunião em meio a uma tentativa de bloqueio dos ativistas de oposição.

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A crise na Ucrânia, decorrente da rejeição do governo a um tratado de associação com a União Europeia, já afeta a cambaleante economia local. Um assessor de Azarov viajou hoje para Moscou para discutir assuntos como o fornecimento de gás.

Pivô da crise, o presidente Viktor Yanukovich viajou à China, deixando para trás um país em crise. A agência estatal de notícias chinesa Xinhua disse que o líder ucraniano está em Xian, onde visitaria o famoso exército de estátuas de barro e uma fábrica de aviões.

Em Kiev, a tropa de choque da polícia bloqueou as ruas que dão acesso ao gabinete presidencial, confrontando centenas de manifestantes por trás das barreiras metálicas.

Na terça-feira, o governo de Azarov sobreviveu a uma moção de desconfiança no Parlamento, onde pediu desculpas pela brutalidade policial contra os manifestantes. Mas, na reunião ministerial de quarta-feira, o premiê recuperou a firmeza e alertou os manifestantes a não irem longe demais.

Segundo ele, o governo vem demonstrando tolerância e disposição ao diálogo durante os protestos, e todas as forças políticas precisam contribuir para evitar uma escalada da tensão.

"Todos devem perceber que a Constituição e as leis do país estão em vigor, ninguém está autorizado a violá-las... e todos os que são culpados de atos ilegais irão responder por eles", afirmou.

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Os mercados internacionais mantiveram a pressão, elevando o custo do seguro da dívida ucraniana contra uma moratória a um nível inédito desde janeiro de 2010. A Ucrânia precisará pagar no ano que vem mais de 17 bilhões de dólares em dívidas e em contas de gás.

A crise expôs novamente o cabo de guerra entre Oriente e Ocidente na antiga república soviética, que oscila entre a esfera da UE e a órbita de Moscou desde a chamada Revolução Laranja, em 2004-2005, que derrubou a ordem política pós-soviética.

Na semana passada, Yanukovich, um aliado de Moscou, desistiu de assinar um tratado que garantiria uma maior proximidade com a UE, alegando que o custo para a adaptação da economia ucraniana seria exorbitante. Em vez disso, ele preferiu reforçar a aliança com a Rússia. / REUTERS

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