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Governo venezuelano rompe o silêncio e admite estado devastador da economia

Segundo o Banco Central da Venezuela, a inflação chegou a 130.060,2% em 2018; o FMI avaliou que a inflação foi de 1.370.000% no ano passado

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O governo venezuelano rompeu o silêncio e admitiu a devastação da economia do país ao revelar que a inflação chegou a 130.060,2% em 2018. Segundo o Banco Central Venezuelano (BCV), a inflação atingiu 274,4% em 2016 e foi de 862,6% em 2017.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que a Venezuela teve uma inflação de 1.370.000% no ano passado.

Em 2019, o FMI prevê uma inflação de 10.000.000% na Venezuela.

Na capital venezuelana, Caracas, é cada vez maior a quantidade de pessoas que revira os sacos de lixo nos bairros mais ricos para procurar restos de alimentos Foto: Federico Parra/ AFP PHOTO - 22/2/2017

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O BCV informou ainda que as exportações de petróleo - fonte de 96% da renda do país - caíram para 29,810 bilhões de dólares em 2018, contra 85,603 bi em 2013 e 71,732 bi em 2014, quando houve uma queda nos preços do petróleo que atingiu em cheio os venezuelanos.

Apesar da recuperação dos preços a partir de 2016, uma abrupta queda na produção venezuelana tem impedido a elevação da renda.

Segundo números oficiais, a oferta de petróleo venezuelano, que foi de 3,2 milhões de barris/dia há uma década, caiu para 1,03 milhão em abril passado.

Há três anos, o BCV deixou de publicar os relatórios, sem justificativa.

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O Produto Interno Bruto teve uma contração de 47,6% entre 2013 e 2018, segundo o BCV, de linha governista. A variação está calculada até o terceiro trimestre de 2018.

A queda do PIB foi de 18,6% em 2017 e 19,2% até p terceiro trimestre do ano passado.

A grave crise forçou mais de 3 milhões de venezuelanos a emigrar desde 2015, segundo a ONU, em meio a tensões políticas pela disputa de poder entre o presidente Nicolás Maduro e o líder opositor Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino em fevereiro depois de dizer que a reeleição de Maduro foi fraudada. / AFP

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