18 de agosto de 2016 | 05h00
CARACAS - As autoridades do governo da Venezuela asseguraram nesta quarta-feira que a escassez de pão nas padarias do país é produto de um plano com "intencionalidade política" de afetar o governo do presidente Nicolás Maduro.
"Chama a atenção que a recorrência de filas com relação a este produto somente está localizada em Caracas, o que nos faz pensar que ali há uma intenção política", declarou o titular da Superintendência Nacional de Preços Justos (Sundee), William Contreras, em entrevista à emissora governamental "VTV".
Nos últimos meses o pão é outro dos produtos que, junto a boa parte da cesta básica, estão escassos no país e provocou longas filas em frente às padarias.
Embora os produtores afirmem que a escassez do alimento se deva às falhas na importação do trigo para elaborar a farinha, o superintendente negou que isso seja certo e indicou que as padarias que tenham "longas filas" podem ser sancionadas.
"Há uma ordem especial para fazer a distribuição da farinha de trigo que está chegando desde julho em condições normais, o que deveria permitir a estabilização do sistema", destacou Contreras.
No entanto, o presidente da Federação de Trabalhadores da Farinha, Juan Crespo, assegurou nesta quarta-feira em uma entrevista à emissora local "Unión Radio" que no país "não há farinha suficiente", algo pelo que responsabilizou o governo de Maduro, que é o principal importador e distribuidor do grão.
Crespo rejeitou ainda a acusaçãofeita às padarias de estarem envolvidas em um suposto plano para criar escassez e afetar o governo venezuelano, porque "as pessoas não fazem filas porque são fanáticas por isso, mas porque não há suficiente matéria-prima". / EFE
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