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Governos do Japão e da Rússia estudam pacto nuclear

Analistas alertam que a oferta do enriquecimento de urânio a outros países pela Rússia pode ser problemática para a política mundial de não-proliferação nuclear

Por Agencia Estado
Atualização:

Os primeiros-ministros japonês, Shinzo Abe, e russo, Mikhail Fradkov, decidiram nesta quarta-feira, 28, iniciar conversas para um futuro pacto nuclear, informou a agência japonesa Kyodo. O acordo entre os dois países, que devido à disputa territorial das Ilhas Curilas ainda não assinaram um tratado de paz, centrou o último dia da visita a Tóquio iniciada na terça, 27, por Fradkov. Segundo a Kyodo, o pacto pode incluir o processamento de urânio japonês na Rússia. O Japão tem cerca de 6,4 mil toneladas de urânio para reciclagem armazenadas no Reino Unido e na França. Devido à intenção da Rússia de oferecer serviços de enriquecimento de urânio a outros países, era esperado um acordo a respeito, segundo a imprensa local. Alguns analistas alertam que a oferta de enriquecimento de urânio a outros países pela Rússia poderá ser problemática para a política mundial de não-proliferação nuclear. O Japão poderá pedir à Rússia que permita as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a fim de constatar que o urânio japonês não está sendo usado em armas nucleares, algo que Moscou não parece muito disposto a aceitar, segundo os analistas. Em sua visita a Tóquio, Fradkov enfatizou a necessidade de mais investimentos japoneses na Rússia, para que a transferência tecnológica incentive o desenvolvimento da economia do país. O primeiro-ministro russo afirmou, em um simpósio com empresários japoneses, que a Rússia está se esforçando para ganhar competitividade nos setores industriais e transformar a estrutura de sua economia. Durante os dois dias da visita de Fradkov, a Rússia e o Japão formalizaram acordos no setor das telecomunicações, automotivo e financeiro.

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