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Grã-Bretanha condena três muçulmanos por pregar ódio contra gays

Folhetos defendiam pena de morte aos homossexuais; lei anti-homofobia foi aprovada em 2010

Atualização:

LONDRES - A Justiça da Grã-Bretanha condenou nesta sexta-feira, 20, três muçulmanos por incitar o ódio aos homossexuais, ao distribuir um folheto pregando a pena de morte aos gays em uma mesquita da cidade de Derby, no ano de 2010. Ihjaz Ali, de 42 anos, Kabir Ahmed, de 28 e Razwan Javed, de 27, também distribuiram o material em caixas postais da cidade. A condenação, cuja pena só será anunciada no próximo dia 10 de fevereiro, é a primeira baseada em uma lei anti-homofobia que entrou em vigor em 2010. Os folhetos mostravam um manequim enforcado e traziam orações islâmicas. Nos papéis, os três religiosos defendiam que a pena de morte era a única forma de livrar a sociedade da homossexualidade e dizia ainda que a palavra gay era o acrônimo de God Abhor You (em inglês, Deus abomina você). Os réus justificaram a ação no tribunal como um ato público contra a parada gay da cidade. Os três homens disseram que sua intenção não era ameaçar ninguém, mas disseminar a visão do Islã sobre a homossexualidade. Medo Um dos depoentes do caso, que é homossexual, disse no tribunal que recebeu os folhetos ofensivos duas vezes em sua caixa postal. Ele disse ter se sentido "horrorizado" na primeira vez. Na segunda ocasião, chamou a polícia após ler a defesa da pena de morte para os gays no material. "Eles me fizeram sentir horrorizado na minha própria casa. Às vezes eu penso se não vou encontrar uma carta bomba na minha caixa postal ou ser atacado na rua", disse. Ben Summerskill, líder do grupo de direitos LGBT Stonewall, comemorou a condenação. "Estamos satisfeitos ao ver estes extremistas condenados por distribuir folhetos ofensivos e incitadores que sugerem que os gays devem ser queimados ou apedrejados até a morte", disse.

 

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