A Grã-Bretanha está pondo algumas tropas de sobreaviso, acelerando encomendas para equipamentos de uso no deserto e deixando navios preparados para uma possível intervenção no Iraque, liderada pelos EUA, disseram fontes no setor de defesa britânico. Elas frisaram, porém, que a guerra não é inevitável, e EUA e Grã-Bretanha só recorrerão à força se os inspetores de armas da ONU não conseguirem comprovar que o Iraque deixou de produzir e manter armas de destruição em massa. Os comentários sobre os preparativos para a guerra se intensificaram nos últimos dias, depois que os governos britânico e americano expressaram seu ceticismo em relação à declaração sobre o programa de armas iraquiano, entregue pelo Iraque à ONU na semana passada. No entanto, o Ministério da Defesa negou hoje categoricamente essas informações, tachando-as de "puramente especulativas". "A ação militar não é iminente nem inevitável, e o caminho diplomático continua sendo perseguido", assinala um comunicado. O governo desmentiu que o Ministério da Defesa tenha encaminhado um pedido urgente à fábrica de armas BAE Systems para apressar a produção de mísseis e materiais bélicos que serão usados pelas tropas britânicas no Iraque, conforme reportou o tablóide inglês The Sun, sem citar fontes. Segundo o jornal, o governo está contratando navios mercantes para o transporte de cerca de 300 mil soldados, americanos e britânicos. Há grande expectativa sobre o teor da análise que o governo dos EUA divulgará ainda nesta semana sobre a declaração iraquiana. O "veredicto" americano será um indicador dos planos dos EUA sobre o uso da força contra o Iraque. Hoje, os inspetores de armas da ONU visitaram laboratórios nos departamentos de Medicina, Engenharia Genética Biotecnologia no câmpus da Universidade de Bagdá, onde passaram cerca de três horas.