Grã-Bretanha tenta convencer EUA a esperar mais

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Por Agencia Estado
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O governo britânico deslanchou uma operação nos bastidores para convencer os EUA a dar mais três semanas de prazo à busca de uma saída diplomática na questão iraquiana, antes de pedir que a ONU autorize o uso da força, informou o diário local The Times. A Grã-Bretanha é o principal aliado dos americanos, mas nas últimas semanas emergiram divergências táticas entre o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente dos EUA, George W. Bush. Altos funcionários americanos têm indicado o dia 28 como possível prazo final para uma decisão sobre um ataque, pois nesse dia os chefes dos inspetores de armas da ONU farão novo relato ao Conselho de Segurança sobre seu trabalho no Iraque. Mas Blair e seu chanceler, Jack Straw, passaram a sugerir como data-limite o dia 14 de março. Eles argumentam que esse adiamento proporcionaria tempo suficiente para convencer a França, e outras nações contrárias à guerra, de que o presidente iraquiano não cooperou com os inspetores da ONU e, portanto, uma nova resolução endossando o uso da força deve ser aprovada. Diante da forte oposição da opinião pública britânica a um ataque ao Iraque, Blair passou a defender a aprovação de uma nova resolução do CS que abra caminho para o uso da força. Na sede do governo britânico, assessores de Blair não confirmaram os relatos da imprensa sobre a ação de bastidores. Em contrapartida à ação diplomática, a Grã-Bretanha continua a intensificar os preparativos para um possível ataque ao Iraque e hoje emitiu um comunicado orientando todos os britânicos em território iraquiano a partirem imediatamente, alegando "crescente tensão na região e risco de ações terroristas". A Chancelaria lembrou que vários cidadãos do país foram feitos reféns pelo governo iraquiano na véspera da Guerra do Golfo (1991). Um outro aviso pediu a saída dos britânicos no Kuwait e os aconselhou a evitar viagens não-essenciais para Israel e os territórios palestinos ocupados. Os funcionários das representações diplomáticas do país em Tel-Aviv e na Cidade do Kuwait foram orientados a partir. Essas advertências aumentaram as especulações sobre a proximidade de uma guerra.

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