Grã-Bretanha tenta minimizar racha contra Iraque

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Por Agencia Estado
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O secretário de Defesa da Grã-Bretanha, Geoff Hoon, tentou minimizar nesta quarta-feira a polêmica em torno da participação do país em uma eventual guerra no Iraque, informou a BBC . Ontem, o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, sugeriu que os Estados Unidos teriam planos alternativos para o caso de uma segunda resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) não ser aprovada, e a Grã-Bretanha decidir não acompanhar os americanos em uma ofensiva militar. Os comentários, que mereceram retratação mais tarde, surpreenderam o governo britânico, que continua a se esforçar para garantir a aprovação de uma segunda resolução da ONU. Hoon disse à BBC nesta quarta-feira que Rumsfeld se referiu à "possibilidade teórica" de tropas da Grã-Bretanha não estarem envolvidas no combate. No entanto, caso a ONU não apóie uma ação militar, ainda não está claro qual será a posição final do país. Contribuição Hoon afirmou que os Estados Unidos e Rumsfeld "têm todas as razões para acreditar que vai haver uma contribuição militar importante da Grã-Bretanha", acrescentou o secretário. Sobre a possibilidade de a resolução 1441 (que já foi aprovada) garantir autoridade suficiente para uma guerra, Hoon disse que "certamente é possível interpretar a 1441 dessa forma." Os parlamentares do Partido Trabalhista britânico que se opõem à política do primeiro-ministro, Tony Blair, devem exigir dele nesta quarta-feira a retirada do envolvimento de tropas britânicas nas preparações para um conflito. Rumsfeld disse que o papel da Grã-Bretanha "não está claro" por causa das dificuldades enfrentadas por Tony Blair em convencer os parlamentares de seu país da necessidade de uma ofensiva. "Essa questão (se os Estados Unidos iniciariam uma intervenção militar sem os aliados britânicos) vai ser enfrentada pelo presidente nos próximos dias, acredita-se", disse Rumsfeld. O governo britânico, no entanto, continua insistindo que uma segunda resolução da ONU é possível. "Estamos trabalhando para conseguir uma segunda resolução. Não estamos nesse estágio (guerra) ainda", comentou uma porta-voz do governo. "No entanto, tem havido uma cooperação completa entre os americanos e a Grã-Bretanha no planejamento militar", acrescentou. Sem importância? Menos de uma hora depois dos seus comentários, Rumsfeld tentou esclarecer sua opinião dizendo que "não tinha dúvidas" de "uma importante contribuição militar" dos britânicos. No entanto, a porta-voz do Partido Liberal Democrata britânico, Menzies Campbell, disse à BBC que os comentários de Rumsfeld pareciam "menosprezar o valor da contribuição militar britânica e, logo, de sua influência". O parlamentar trabalhista Graham Allen aproveitou a oportunidade para sugerir que houve uma mudança na postura do governo americano. "Eles podem fazer tudo sem a nossa ajuda e deram a Tony Blair a oportunidade de sair desse buraco se quiser", disse Allen. As frenéticas negociações internacionais de Blair devem continuar nesta quarta-feira em um jantar com o chanceler alemão, Gerhard Schröder, em Londres. Diplomatas britânicos na ONU propuseram uma série de testes a serem exigidos do Iraque em um prazo determinado de tempo para provar que o país está disposto a se desfazer de seu arsenal. As propostas fazem parte de uma campanha mais ampla para conquistar apoio para um nova resolução que estabeleça uma data limite para o desarmamento do Iraque. Blair espera que o plano resolva o impasse da ONU e atenue a crescente pressão política interna para que os britânicos não se envolvam em um ataque ao país. As informações são do site da BBC em português. Para ler o noticiário da BBC, que é parceira do estadao.com.br, clique aqui.

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