
06 de agosto de 2012 | 16h13
ATENAS - Autoridades da Grécia detiveram milhares de supostos imigrantes ilegais em uma ação de larga escala para combater o que um funcionário do governo descreveu como uma "invasão pré-histórica". A Grécia é o principal ponto de entrada de imigrantes ilegais da Ásia e da África na Europa. Mas os graves problemas econômicos dos gregos e o alto desemprego estão deixando o problema ainda mais grave.
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Nesta segunda-feira, 6, a polícia informou ter detido seis mil pessoas no final de semana durante uma grande operação em Atenas. Numa contradição à ação policial, a operação recebeu o nome de Zeus Xênios, o deus da hospitalidade.
Partidos de esquerda criticaram a medida e o Alto Comissariado para Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou preocupações de que imigrantes, provenientes de países em guerra, e pessoas que têm direito de pedir asilo podem ter negados seus direitos de proteção.
Estima-se em 100 mil o número de imigrantes ilegais que entram na Grécia todo este ano, a maioria vindos da vizinha Turquia. Acredita-se que cerca 1 milhão deles morem na Grécia, cuja população é de 10 milhões de habitantes.
O ministro da Ordem Pública, Nikos Dendias, disse nesta segunda-feira que a repressão contra os imigrantes ilegais vai continuar. Segundo ele, a entrada descontrolada de pessoas no país levou a Grécia "à beira do colapso".
"O país está sendo perdido", disse ele à emissora privada Skai TV. "O que está acontecendo agora (na Grécia) é a maior invasão já registrada. Desde a invasão dória, cerca de 3 mil anos atrás, o país nunca recebeu um fluxo tão grande de imigração."
Dendias disse que os imigrantes detidos serão mantidos temporariamente nos prédios da academia de polícia no norte da Grécia, que fica fechada no verão, e em um centro de detenção nas proximidades de Atenas. Ele afirmou que até o final deste ano o país terá capacidade para deter até 10 mil pessoas. "Quem quer que seja detido permanecerá preso e será deportado", disse ele.
Com AP
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