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Greve ameaça deixar Argentina incomunicável

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina corre o risco de ficar sem telecomunicações por causa de uma greve dos trabalhadores do setor que já dura cinco dias. Para reivindicar um aumento de 25% nos salários e o fim da terceirização do setor, os sindicatos agrupados na Federação de Operários e Empregados Telefônicos (Foetra) ocuparam, desde ontem à tarde, os Centros de Transmissão Nacional das empresas Telecom e Telefônica da Argentina, onde convergem todas as comunicações de telefones, telex, internet, dados e clearing bancário. Com a ocupação destes centros, foram suspensos alguns serviços, como os de atendimento ao cliente e pedidos de instalação de novas linhas, consertos, auxílio à lista telefônica e ligações a cobrar. A ameaça dos sindicalistas é a de estender a suspensão a outros serviços fundamentais para o país, como o de comunicações telefônicas que pode afetar à toda população, ou o de clearing bancário que afetaria o sistema financeiro. Os sistemas de reservas aéreas também dependem destes centros. O presidente da Foetra, Osvaldo Lagarola, e seu vice, Claudio Marín, afirmaram que "a greve é por tempo indeterminado" . Em conversa com a Agência Estado, Lagarola e Marín disseram que os trabalhadores "não vão desistir da ocupação dos centros de operação" enquanto suas reivindicações "não forem atendidas". Ainda hoje, eles terão uma reunião com as empresas Telecom e Telefônica Argentina para tentar chegar a um acordo. Enquanto isso, ambas companhias formalizaram uma denúncia contra a Foetra. Lagarola explicou que "não existe a intenção de interromper as comunicações nacionais" desde que as empresas mantenham aberta a negociação. Os sindicatos denunciam que ambas empresas "estão usando a greve para pressionar o governo sobre a necessidade de um reajuste nas tarifas telefônica a partir de janeiro" de 2005. A estratégia das companhias seria a de "deixar que o conflito com os trabalhadores se agrave mais para poder conseguir o reajuste tarifário", o qual está congelado desde a crise de 2001/02.

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