Greve de agricultores na Colômbia pode chegar ao fim

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Por AE
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O governo colombiano e os líderes dos agricultores em greve avançaram no sentido de colocar fim aos protestos e bloqueios de estradas que arranharam a imagem política do presidente Juan Manuel Santos nas últimas semanas. O governo e os representantes dos agricultores chegaram a um acordo que põe fim à greve nas províncias centrais da Colômbia e que originalmente foram as responsáveis pelos protestos e bloqueios de estradas em todo o país. Agricultores mais pobres de ao menos duas províncias do sudoeste do país continuam em greve e ainda bloqueiam algumas estradas, mas Santos disse neste sábado que espera fazer um acordo com eles em breve. O acordo com os pequenos agricultores da região central da Colômbia, a mais fértil do país, sinaliza o potencial fim para um dos episódios mais difíceis enfrentados pelo presidente colombiano, que tomou posse em 2010. Sua taxa de popularidade despencou, após o governo ter inicialmente subestimado o tamanho que a greve nacional atingiu. Na quinta-feira, Santos fez algumas substituições em seu gabinete, trocando importantes nomes criticados por não terem conseguido conter os protestos ou negociar com os agricultores. Durante um discurso neste sábado, Santos disse que se sua administração foi capaz de chegar a um acordo com os agricultores do sudoeste, "então teremos passado a tempestade que nos afetou tanto.""A greve afetou muito meu governo e a mim mesmo", reconheceu Santos. A taxa de popularidade do presidente colombiano caiu no mês passado, após ele inicialmente ter dito que os protestos eram um problema limitado e que acontecia apenas nas áreas rurais do país. Entretanto, o impacto da greve foi sentido até mesmo em Bogotá, cidade de oito milhões de habitantes, que enfrentou desabastecimento de certos alimentos e enormes manifestações em apoio aos agricultores em 29 e agosto e que terminou em violência, com duas pessoas mortas. A pesquisa divulgada em 4 de setembro mostrou que a taxa de aprovação de Santos caiu para 27% e permaneceu em 21% mês passado, o menor nível desde que ele assumiu o governo há três anos. O acordo com os agricultores nas províncias centrais inclui medidas para reduzir o custo dos fertilizantes e facilitar o acesso dos agricultores mais pobres aos empréstimos dos bancos. O governo também se comprometeu em tentar aumentar os gastos no setor agrícola em até US$ 1,5 bilhão.

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