PUBLICIDADE

Greve paralisa Nepal em protesto contra abusos de maoístas

Paralisação continua enquanto governo e ex-guerrilha não resolverem situação

Por Agencia Estado
Atualização:

O Nepal amanheceu nesta terça-feira, 20, paralisado por uma greve geral de comerciantes e empresários, que protestam contra a extorsão a que são submetidos pela ex-guerrilha maoísta, apesar do acordo de paz assinado com o governo em novembro de 2006. Em quase todo o país, as fábricas, os bancos, as lojas, os colégios e as companhias aéreas paralisaram nesta terça-feira suas atividades por tempo indefinido para reivindicar segurança contra os abusos dos maoístas. "Fomos obrigados a tomar esta medida diante da falta de lei e ordem no país", disse o presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústrias do Nepal, Chandi Raj Dhakal. Nas últimas semanas, vários empresários e representantes industriais foram seqüestrados, extorquidos ou viram suas propriedades serem devastadas por ex-guerrilheiros, segundo Dhakal. "As empresas e as indústrias não podem se sentir seguras", ressaltou o representante dos empresários. Estopim O estopim foi o espancamento do dono de um hotel de Katmandu, no domingo, 18, quando ele se negou a contribuir com uma "doação" aos membros de um sindicato dos ex-guerrilheiros. Na segunda-feira, 19, representantes empresariais pediram um encontro com o primeiro-ministro nepalês, Girija Prasad Koirala, para discutir o problema. Mas o governante se recusou a receber o grupo. As associações empresariais alertaram então em um comunicado conjunto que "a menos que os partidos no governo e os maoístas se comprometam a resolver o problema, fábricas, negócios, instituições educativas e financeiras, serviços, lojas e companhias aéreas fecharão por tempo indefinido". "A duração do protesto dependerá do governo. Nós, definitivamente, não queremos fazer isto", disse Dhakal. O gabinete deve se reunir nesta terça-feira, 20, para analisar a situação. O sindicato maoísta emitiu um comunicado e afirmou que as ações foram tomadas "contra apenas dois" de seus membros, responsáveis pela violência contra o dono do hotel de Katmandu. O governo do Nepal assinou um acordo com a guerrilha em novembro. Os maoístas se comprometeram a entregar as armas e se integrar ao governo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.