19 de maio de 2009 | 12h49
Um dos condenados por participar das greves de apoio aos estudantes da Praça da Paz Celestial em 1989, em Pequim, foi libertado após quase 20 anos na prisão. Segundo um comunicado da Fundação Dui Hua, organização que investiga o paradeiro e situação de presos políticos na China, o prisioneiro Liu Zhihua estava na prisão de Loudi (província de Hunan), de onde saiu em janeiro. O fato, entretanto, só foi notificado à organização recentemente e divulgado nesta terça-feira, 19.
Liu, com 24 anos na época, organizou com outros companheiros uma greve em uma fábrica estatal de maquinaria elétrica em Xiangtan, na mesma província, como reivindicação contra a repressão violenta dos protestos em Pequim, em 4 de junho daquele ano.
A paralisação, com a participação de cerca de 10 mil trabalhadores, foi uma das maiores de 1989, além de uma das mais significativas politicamente para Pequim, já que Xiangtan é o distrito onde nasceu o líder comunista Mao Tsé-tung. Além de Liu, outros dois líderes grevistas foram condenados à prisão perpétua. Um outro líder foi condenado à morte por vandalismo, crime retirado do Código Penal Chinês há mais de uma década.
Segundo a Dui Hua, as penas de Liu foi diminuindo com o passar dos anos, até que foi solto. O chinês, entretanto, permanece privado pela lei de seus "direitos políticos", o que implica, por exemplo, a proibição de sair da cidade de Xiangtan ou de conceder entrevistas.
Pelo menos outras 30 pessoas permanecem presas em Pequim e em outras cidades chinesas pela participação nos protestos da Praça da Paz Celestial e em outros do mesmo ano, segundo estimativas da organização. O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Ma Zhaoxu, se recusou, em entrevista coletiva, fazer comentários sobre a libertação.
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