Gripe avícola: depois da Sars, a China aprendeu a lição?

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Por Agencia Estado
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As duas doenças estão ligadas a animais e não têm vacinas. As duas podem matar. Mas a agressiva resposta da China à eclosão da gripe avícola já contrasta agudamente com seu fracasso em enfrentar vigorosamente a Sars, antes que ela se disseminasse pelo mundo, no ano passado. Durante semanas, enquanto a Sars assolava a China, o governo negou que fosse um problema sério e impediu notícias sobre ela. Agora, enquanto a gripe avícola se espalha pela Ásia, Pequim diz que tem sob controle um surto da doença detectado em Guangxi, no sul, e conta com a cobertura da mídia, controle das aves e inspeções para manter as coisas assim. O modo como a China inicialmente enfrentou a Sars, porém, levanta questões sobre a credibilidade de suas informações sobre a gripe avícola. Contudo, monitores internacionais da saúde e os próprios chineses expressam confiança de que tudo, por enquanto ao menos, esteja sob controle. ?Não creio que vá haver algum problema. A Sars pegou-nos desprevenidos mas aprendemos como nos proteger?, diz Shi Peigi, um funcionário de uma empresa mercantil de Xangai. A China anunciou, hoje, que encontrou o vírus da gripe avícola numa granja em Guangxi e investiga suspeitas de surto nas províncias de Hunan e Hubei, ao norte. As autoridades fizeram sacrificar 14.000 aves dentro de uma raio de três quilômetros da granja de Guangxi e todas as aves domésticas num raio de cinco quilômetros entraram em quarentena. ?A situação está sob controle?, assegurou a rede estatal de televisão China Central no seu jornal da tarde. ?Nenhuma pessoa pegou a doença na China até agora.? Mais de 13 pessoas ? oito casos confirmados e cinco suspeitos ? morreram no Vietnã e Tailândia. O surto levou ao extermínio de milhões de galinhas, desencadeando temores, na área de saúde, que lembram os que cercaram o surgimento da síndrome respiratória aguda, no ano passado. Autoridades da Tailândia e da Indonésia foram acusadas de encobrir surtos de gripe avícola em seus países, aparentemente para evitar o pânico ou para proteger interesses econômicos. Os dois países foram, entretanto, obrigados a ordenar abate em massa nas granjas. ?Espero que não apenas a China, mas todos os países tenham decorado as lições da Sars e percebido que rapidez e transparência são as melhores abordagens?, diz Roy Wadia, porta-voz da Organização Mundial da Saúde em Pequim.

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