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Gripe suína: ofensiva evita declaração de pandemia

Por AE
Atualização:

Governos deixaram questões de saúde de lado e promoveram uma ofensiva política para evitar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse pandemia de gripe suína. Técnicos da entidade estimaram que os números de casos e países afetados seriam suficientes para decretar o nível máximo de alerta - até ontem foram 8.829 registros. Mas México, Brasil, China, Japão, Reino Unido, países árabes e outros alertaram que novos critérios devem ser incluídos na avaliação. Com isso, frearam a declaração. O governo americano foi mais pragmático e alertou que o vírus vai continuar a se espalhar. Ontem, a Assembleia Mundial da Saúde abriu a reunião anual em Genebra sob a ameaça da declaração da pandemia. Os casos crescem em regiões fora da América do Norte (onde a doença surgiu), com mais de cem registros no Japão, Espanha e Reino Unido. José Gomes Temporão, ministro da Saúde do Brasil, diz que o Japão entrou no grupo de países com transmissão continuada da gripe. Pelos critérios técnicos, a proliferação do vírus em 2 das 6 regiões seria suficiente para a declaração de uma pandemia. As regiões da OMS são: Américas, Europa, África, Mediterrâneo Leste, Sudeste Asiático e Pacífico Oeste. O chefe do Comitê de Emergência da OMS, John McKenzie, disse ao Estado que o padrão de transmissão da doença no Japão é similar ao de Nova York quando o nível de alerta passou de 4 para 5 (em uma escala de 1 a 6), há três semanas. Governos temem, porém, que a declaração de pandemia cause perdas econômicas, além de consequências políticas, pânico e pressão sobre os sistemas de saúde. Países pediram que a gravidade da doença fosse considerada, pois a maioria dos casos foi suave. ?O Brasil apoia a revisão dos critérios?, afirmou Temporão. ?Já sabemos alguma coisa do vírus e que a letalidade está em queda.? O ministro diz que passar para nível máximo de alerta não mudaria nada no Brasil. Mas admite que o País não está livre de novos casos. ?Nos Estados Unidos, os casos continuam aumentando. No México, há queda, mas o vírus continua circulando. Portanto, do governo, a estratégia não muda.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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