Grupo ameaça fazer atentados em Montreal em fevereiro

Carta da Frente de Libertação de Québec diz que ataques podem causar mortos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O serviço secreto e a Polícia Montada do Canadá investigam a origem de uma carta enviada em nome da Frente de Libertação de Québec (FLQ) com ameaças de atentados em Montreal entre 15 de fevereiro e 15 de março. Em 15 de fevereiro é comemorado o aniversário da morte de cinco nacionalistas de Québec enforcados em 1839 pelas forças britânicas. Meios de comunicação locais informaram nesta sexta-feira que a carta foi enviada a várias pessoas, entre elas o primeiro-ministro de Québec, Jean Charest, e o presidente da França, Jacques Chirac. Nas décadas de 60 e 70, o FLQ levou a cabo uma campanha de atentados e atos terroristas para conseguir a independência da província francófona. Em 1970, o FLQ seqüestrou o representante comercial britânico no Canadá, James Cross, e assassinou o ministro do Trabalho de Québec, Pierre Laporte. O então primeiro-ministro canadense, Pierre Trudeau, ordenou a saída do Exército às ruas das principais cidades de Québec e prendeu vários separatistas da província, o que acabou com as ações armadas do FLQ. Segundo informações publicadas nesta sexta em meios de comunicação canadenses, a carta diz que os ataques serão dirigidos contra "alvos estratégicos", entre eles shoppings, pontes, aeroportos e ferrovias dos bairros de Montreal de maioria anglófona. "Especificamente, atacaremos o trânsito nas principais estradas", acrescenta a carta, que alerta para a possibilidade de suas ações causarem "feridos e mortos". A carta é assinada por "FLQ, célula Camille-Laurin". Já em novembro passado apareceu outra carta assinada da mesma forma. Camille-Laurin foi um político de Québec que, como ministro do Partido Quebequense, criou a lei que fez do francês a única língua oficial da província. Uma carta anterior, enviada em novembro, também continha ameaças de ataque contra o "imperialismo anglo-saxão" para 15 de fevereiro.

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