Grupo argelino confirma ameaças e ligação com Al-Qaeda

"A Al-Qaeda é a única capaz de reunir todos os moujahidines, a representar a nação islâmica e a falar em seu nome", acrescentou Abdelouadoud, chefe do grupo

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Por Agencia Estado
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A organização argelina Grupo Salafista para a Pregação e Combate (GSPC), que teve sua relação com a Al-Qaeda oficializada na segunda-feira, dia 11 de setembro, pelo número 2 da Al-Qaeda, Ayman Al-Zawahiri, demonstrou novamente lealdade a Osama bin Laden e promteu prosseguir com a jihad (guerra santa) na Argélia, em comunicado publicado nesta quinta-feira, 14 de setembro. A informação é do jornal Le Monde. "Nós demonstramos lealdade ao Xeque Osama bin Laden. Prosseguiremos com a nossa jihad na Argélia. Nossos soldados estão sob suas ordens para abater o nosso inimigo em todos os locais que ele estiver", escreveu o emir do grupo, Abou Mossab Abdelouadoud, no comunicado. "Estando tudo decidido (de se unir à Al-Qaeda e prestar lealdade a Bin Laden), nós aconselhamos nossos irmãos de todos os outros movimentos jihadistas, por todo o mundo, de não se ausentar desta união benigna. A organização Al-Qaeda é a única capaz de reunir todos os moujahidines, a representar a nação islâmica e a falar em seu nome", acrescentou Abdelouadoud, que considera a França seu "inimigo número um", e continua resistente a qualquer iniciativa para por fim à violência na Argélia. Em sua última mensagem em vídeo, divulgada no dia do aniversário de cinco anos dos atentados de 11 de Setembro, Zawahiri, braço direito de Bin Laden, anunciou a relação entre o GSPC e a sua organização. O terrorista também ameaçou a França, afirmando que o grupo argelino será uma "espinha" na garganta dos franceses. Sendo um dos últimos grupos armados em atividade na Argélia, o GSPC nasceu da cisão do Grupo Islâmico Armado (GIA). O grupo ataca principalmente forças de segurança, mas também foram responsabilizados por um seqüestro de 32 europeus em 2003, no Sahara argelino. Enfraquecido após anos de repressão em seu país de origem, ele dispõe, segundo serviços de inteligência ocidentais, de muitos colaboradores e simpatizantes na Europa. As autoridades argelinas estimam que eles tenham entre 300 a mil membros. Situação de risco "Eu reuni todas as informações que dispomos nessa área, que confirmam a inquietude. Devemos ser extremamente vigilantes e atentos, como temos sido há muitos anos", declarou o premiê francês, Dominique de Villepin nesta quinta-feira, durante visita à cidade de Amiens. Para ele, "trata-se de não baixar a guarda". "Há uma situação de risco que deve nos manter alertas e adaptar nossos dispositivos", completou. O primeiro-ministro aproveitou para lembrar que há uma cooperação total nesse assunto com o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy.

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