Grupo da Al-Qaeda na Síria deseja criar um 'emirado islâmico'

Frente al Nusra pede que combatentes combatam o regime de Bashar Assad e o avanço do Isil no país

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BEIRUTE - A Frente al Nusra, ligada ao grupo terrorista Al-Qaeda na Síria, afirmou que seu objetivo é criar "um emirado islâmico" sob a autoridade de Alá e de acordo com a Sharia, lei islâmica, em comunicado divulgado em foros islamitas nas últimas horas.

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Na nota, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, o grupo jihadista explica que o emirado será anunciado após o acordo de todos os mujahedins (guerreiros santos) e dos ulemás. Além disso, adiantou que esse Estado terá um corpo judicial e de segurança.

A Frente al Nusra diz que não permitirá que ninguém aborte a "guerra santa" da jihad e rejeitou "os projetos não religiosos" que não levem em conta os sacrifícios feitos pelos "mujahedins".

O grupo pede aos combatentes para fazer frente ao regime de Bashar Assad e ao Estado Islâmico (EI), que no final de junho proclamou "um califado muçulmano" no Iraque e na Síria.

O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, declarou a Frente al Nusra filial de sua organização na Síria e desautorizou o EI a operar no país, se limitando ao Iraque, ordem desobedecida pelo grupo, antes chamado Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês).

Nesta segunda-feira, 14, continuaram os enfrentamentos entre a Frente al Nusra e o EI na cidade de Deir ez Zor, no nordeste da Síria, onde os milicianos da primeira organização e seus aliados se retiraram de alguns quartéis.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a retirada coincide com o fracasso das negociações entre os grupos e a morte do emir da Frente al Nusra, Abu Hazem ao Balad, por disparos do EI.

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Após a retirada, o EI içou sua bandeira em várias bases da Frente al Nusra na cidade, atualmente dividida em bairros controlados pelo regime sírio e pelo grupo da Al-Qaeda.

O EI cerca a cidade e controla a ponte principal sobre o rio Eufrates, principal via terrestre para a chegada de provisões aos distritos dominados pela Frente al Nusra e outras facções. /EFE

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