Grupo de extrema direita assume autoria de atentado na Turquia

As Brigadas da Vingança Turca emitiram nota dizendo que "para cada turco" que os curdos matarem, "nós mataremos 10 curdos em Diyarbakir"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A organização terrorista de extrema direita Brigadas da Vingança Turca (TIT, na sua sigla turca), assumiu nesta quarta-feira a autoria do atentado a bomba que matou dez pessoas na terça-feira, sete delas crianças, em Diyarbakir, cidade de maioria curda. Segundo o canal de televisão Star e a agência de notícias pró-curda Firat, além de reconhecer que cometeu o atentado, o grupo mostrou em seu site uma foto da suposta bomba utilizada. Em sua página, o TIT, que promete cometer novos atentados em resposta aos ataques feitos na Turquia por rebeldes curdos, diz também que "o melhor curdo é o curdo morto". Em comunicado, a organização afirma que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) matou policiais turcos, soldados e jovens em vários lugares do país. "Prometemos sobre nossa bandeira que, para cada turco que o PKK matar no oeste, nós mataremos 10 curdos em Diyarbakir. O sangue dos não turcos em breve será derramado", afirmam no comunicado. Segundo fontes da polícia, a bomba utilizada tinha sido colocada em uma câmara frigorífica e ativada por controle remoto por um telefone celular. A bomba mostrada no site do TIT coincide com a descrição oferecida pela polícia. O TIT é uma organização terrorista de extrema direita, cuja origem data dos anos 70 e que antes havia assumido a autoria da tentativa de assassinato de Akin Birdal, presidente da associação turca de direitos humanos, no início dos anos 90. A explosão aconteceu por volta das 21h (16h de Brasília) da terça-feira no Parque de Kosuyolu, no bairro pobre de Baglart, e perto de uma estação de ônibus. Segundo a agência de notícias Anatólia, três dos feridos morreram depois em um hospital da zona, devido aos graves ferimentos. Também disse que todos os feridos receberam alta, com exceção de cinco pessoas em estado crítico que estão em um hospital de Diyarbakir. O PKK havia emitido um comunicado condenando o ataque e ressaltando que o grupo não estava envolvido no incidente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.