Grupo de Lima apoia e Rússia critica plano dos EUA para Venezuela 

Moscou qualificou de 'piada' o plano americano de formar um governo de transição na Venezuela

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Por Redação
Atualização:

LIMA - Os países do Grupo Lima manifestaram nesta quinta-feira, 2, apoio à proposta do líder da oposição, Juan Guaidó, de estabelecer um Governo Nacional de Emergência que inclua todos os setores políticos e sociais na Venezuela.

Em um comunicado conjunto publicado pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru, o bloco também expressou apreço pela proposta dos Estados Unidos para a formação de um governo de transição. 

Representantes do Grupo de Lima após reunião em Brasília, em novembro Foto: Adriano Machado/Reuters

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O texto conjunto foi assinado pelos governos de Brasil, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e também pela Venezuela, por Guaidó, reconhecido por mais de 50 nações como presidente interino do país.

Mais cedo, porém, a Rússia qualificou de “piada” o plano dos EUA de formar um governo de transição na Venezuela. “Washington anunciou um improviso em forma de plano para estabelecer um governo de transição na Venezuela”, disse Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa. “O plano é uma piada.” Na terça-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, apresentou uma “estrutura para uma transição democrática pacífica” na Venezuela, pela qual o presidente Nicolás Maduro e Guaidó se afastariam, em troca do levantamento gradual das sanções dos Estados Unidos. O plano foi rejeitado pelo governo de Maduro, que o chamou de “acordo abusivo”. 

Para a Rússia, os Estados Unidos querem aproveitar a pandemia do coronavírus para avançar com sua estratégia de derrubar o governo Maduro. “Alguns países parecem estar sendo guiados pela situação política, pelo desejo de tirar proveito da difícil situação epidemiológica no mundo e na Venezuela”, disse Zakharova. 

Pacientes aguardam para ser atendidos em centro de saúde da capital venezuelana Foto: AP Photo/Ariana Cubillos

Também segundo a porta-voz, “a ideia de um golpe que levaria à remoção do presidente legítimo do país (Maduro) permanece na mente de algumas forças políticas do Ocidente”. 

A Rússia também criticou a postura do FMI (Fundo Monetário Internacional) que se recusou a conceder ao governo Maduro uma assistência financeira que seria usada em medidas de combate ao coronavírus. “Acreditamos que devemos pensar no povo da Venezuela e em como podemos ajudar a sair da catástrofe humanitária, concluiu Zakharova.

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Maduro disse hoje que o envio de navios e aviões americanos para o Caribe, sob a alegação de que serão usados em uma operação antidroga, seria uma forma de Trump “desviar a atenção” do “desastre humanitário” causado pelo coronavírus nos EUA.

O governo brasileiro declarou na quarta-feira seu apoio à proposta dos Estados Unidos para superar a crise na Venezuela. A administração de Jair Bolsonaro “expressa sua coincidência com os objetivos da proposta e a apoia como instrumento capaz de contribuir para o restabelecimento da democracia na Venezuela”, indicou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores. Desde que Bolsonaro chegou ao poder, em janeiro de 2019, o Brasil se tornou um aliado próximo do governo Trump e compartilha sua visão sobre a Venezuela. / EFE e AFP

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