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Grupo dissidente do IRA assume autoria de ataque

IRA Autêntico reivindica atentado que matou 2 soldados britânicos, o primeiro após formação de governo conjunto na Irlanda do Norte

Por AP , AFP e EFE E REUTERS
Atualização:

O IRA Autêntico, grupo dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês), assumiu ontem a autoria de um ataque feito no sábado contra uma base militar britânica no Condado de Antrim, na Irlanda do Norte, que matou dois militares e deixou outros quatro feridos. De acordo com o jornal Sunday Tribune, um dos militantes do grupo ligou para a publicação para reivindicar o atentado. "Ele (militante) disse que ele e o IRA Autêntico não se desculpariam por usar como alvo soldados britânicos enquanto eles continuavam a ocupar o norte da Irlanda", afirmou a jornalista Suzanne Breen, do Sunday Tribune. Segundo ela, o militante garantiu que mais detalhes sobre o ataque seriam revelados em breve. A autenticidade da chamada foi comprovada com o uso de um código utilizado para esse tipo de ataque. Na noite de sábado, dois homens fortemente armados abriram fogo contra o quartel militar de Massereene, a 25 quilômetros de Belfast. O ataque ocorreu quando os soldados abriram o portão para receber entregadores de pizza. Após os disparos iniciais, os atiradores se aproximaram das vítimas e atiraram contra elas enquanto estavam estiradas no chão. Depois, os militantes fugiram em um veículo conduzido por outro cúmplice. Os dois entregadores de pizza foram atingidos e estão em estado grave. O atentado, o primeiro a matar soldados britânicos na Irlanda do Norte desde 1997, ocorreu depois de a polícia ter alertado, na semana passada, para a ameaça crescente de ataques feitos por dissidentes do IRA. Na sexta-feira, o principal responsável da polícia irlandesa, Hugh Orde, afirmou que o risco de ataques estava em seu mais alto nível em sete anos e, por isso, pediu a intervenção do serviço secreto e das Forças Armadas da Grã-Bretanha. CONDENAÇÃO O ataque de sábado provocou uma onda de condenações na região, incluindo do partido Sinn Fein, braço político do IRA. "A intenção deles (dissidentes) é trazer os soldados britânicos de volta para as ruas", afirmou Gerry Adams, líder do Sinn Fein. "Eles querem destruir o progresso e mergulhar a Irlanda de novo em conflito." Em 1998, foi assinado um acordo de paz para pôr fim a 30 anos de conflito entre o IRA, que buscava a união da Irlanda com o apoio da comunidade católica, e grupos protestantes britânicos. No entanto, o IRA abandonou a luta armada apenas em 2005. Dois anos depois, foi formado o primeiro governo de união na região.

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