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Grupo ligado à Al-Qaeda assume atentados na Turquia

Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo ligado à rede terrorista Al-Qaeda reivindicou hoje a autoria dos atentados contra duas sinagogas em Istambul, Turquia, no sábado, em um comunicado enviado ao jornal árabe Al-Qods Al-Arabi. "As brigadas do mártir Abu Hafs al-Masri deram um golpe mortífero depois de terem vigiado os agentes de inteligência judeus e assegurar-se que cinco deles encontravam-se em duas sinagogas no centro da cidade de Istambul", indica o texto assinado pelas Brigadas Abu Hafs Al-Masri. O comunicado foi enviado por e-mail ao jornal árabe editado em Londres. Na mesma mensagem, o grupo ameaçou realizar outros ataques "no mundo inteiro". A agência oficial Anatolia informou no sábado que um homem assumiu a responsabilidade dos ataques em nome de um movimento integrista turco, a Frente dos Combatentes Islâmicos do Grande Oriente. Os atentados com carro-bomba provocaram a morte de 23 pessoas, entre elas 6 judeus. Dos 303 feridos, 66 continuavam hospitalizados hoje. Especialistas turcos e israelenses investigavam hoje os atentados e detalhes indicavam que eles foram cometidos por comandos suicidas bem organizados, talvez pela Al-Qaeda ou por outro grupo terrorista internacional. "A possibilidade de que estes ataques tenham sido cometidos por suicidas é superior a 95%", disse o ministro do Interior, Abdulkadir Aksu. "Não posso dizer 100% pois as investigações estão em andamento. Mas estou convencido de que os ataques eram suicidas." O jornal turco Millyet publicou hoje, citando o especialista Keramettin Kurt, que foram encontrados dois cadáveres com fios amarrados no local dos atentados. Meios de comunicação informaram que cada caminhonete levava cerca de 400 quilos de explosivos, cercados por garrafões de detergente. As explosões ocorreram durante o shabat diante das sinagogas de Neve Shalom e Beit Israel, que ficam a cinco quilômetros de distância uma da outra em dois bairros do centro histórico de Istambul. A maior parte dos mortos é de muçulmanos, que estavam nas imediações das sinagogas. A polícia turca deteve quatro pessoas em relação com as explosões, entre elas duas mulheres com o tradicional véu islâmico na cabeça. Contudo, os suspeitos foram soltos logo depois. O jornal turco Radikal informou que o serviço de inteligência israelense Mossad tinha advertido à inteligência da Turquia em duas ocasiões sobre planos de ataques. A primeira foi feita em abril, quando o Mossad disse que a Al-Qaeda pretendia atacar a sinagoga de Neve Shalom, assim como os consulados dos EUA, Grã-Bretanha e Israel. Em setembro, o Mossad advertiu que a Al-Qaeda planejava atacar cidadãos israelenses e americanos na Turquia.

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