Grupo pede investigação de mortos por calor na Itália

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Por Agencia Estado
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Um grupo italiano de defesa do consumidor pediu nesta quarta-feira a abertura de uma investigação governamental sobre as mortes relacionadas ao calor no país. Segundo o grupo, milhares de pessoas podem ter morrido em virtude do calor das últimas semanas na Itália. O Ministério da Saúde local recusou-se a divulgar números oficiais e alegou ser "quase impossível determinar se as mortes por calor estão diretamente ligadas às altas temperaturas", especialmente nos casos envolvendo pessoas idosas e enfermos graves. O jornal italiano La Repubblica publicou reportagem segundo a qual o número de mortes ligadas ao calor já chega a 2.000. Outros periódicos locais divulgaram estimativas similares com base na contagem das mortes ocorridas em agosto nas grandes cidades italianas em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesta quarta-feira, o grupo de defesa do consumidor Codacons pediu ao ministro da Saúde da Itália, Girolamo Sirchia, que ordene a abertura de um inquérito para esclarecer o assunto. Para o grupo, é insatisfatória a alegação do governo de que não há como calcular as mortes relacionadas ao calor. O grupo teme que, quando as mortes forem contadas, os números italianos superem uma recente estimativa de 3.000 mortes causadas pelo calor na França. Depois da divulgação dessa estimativa, o ministro francês da Saúde, Jean-François Mattei, já elevou para 5.000 o cálculo das mortes causadas pelo calor em seu país. Em telefonemas para os necrotérios municipais de grandes cidades italianas, foi possível averiguar um aumento considerável em agosto deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em Gênova, por exemplo, houve 693 nos primeiros 18 dias de agosto. No ano passado, ocorreram 475 mortes na cidade durante todo o mês de agosto, revelou Alberto Leiss, porta-voz da Prefeitura de Gênova. Em Turim, 388 pessoas morreram nos primeiros 18 dias de agosto passado. Este ano, ocorreram 732 mortes no mesmo período, disse Stefano Lepri, funcionário público de Turim. Segundo ele, mais de 500 mortos tinham mais de 70 anos.

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