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Grupos armados incendeiam casas e provocam terror em Díli

"Não esperávamos que a situação no Timor Leste pudesse se deteriorar a tal ponto", afirma o Nobel da Paz José Ramos Horta

Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo armado de timorenses incendiou neste sábado diversas casas num bairro ao sul de Díli que não estava protegido pelas forças internacionais. Aterrorizados, os moradores fugiram, informou uma agência de notícias australiana. Segundo a fonte, vários timorenses ficaram feridos. Ainda não se sabe se houve mortos. As tropas internacionais enviadas por Austrália, Malásia e Nova Zelândia chegaram ao local com tanques e helicópteros. Colunas de fumaça preta subiam ao céu e os moradores corriam como podiam para lugares que consideravam seguros, como igrejas e escritórios da ONU. Não há informação oficial sobre o início dos incêndios. Declarações de testemunhas responsabilizam os grupos civis armados e até mesmo o retorno das milícias pró-Indonésia, que semearam o terror em 1999 e que haviam fugido para a Indonésia. "Tensões e ciúmes" Os confrontos do Exército com ex-militares dispensados já causaram mais de 20 mortes nesta semana. O chefe dos militares expulsos, Alfredo Reinado, se encontra escondido nas montanhas, um território que conhece bem, desde a época da resistência contra a ocupação indonésia (1975-1999). O ministro de Relações Exteriores, José Ramos Horta, prêmio Nobel da Paz em 1996 por sua luta pela independência do país, admitiu que houve "tensões, rivalidades e ciúmes" entre o Exército e a Polícia há algum tempo. "Mas nunca esperamos que a situação pudesse se deteriorar a tal ponto", acrescentou, segundo a emissora de rádio australiana ABC.

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