Grupos de defesa da imprensa protestam

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Por MIAMI e EUA
Atualização:

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) condenou ontem a detenção da blogueira cubana Yoani Sánchez e pediu às autoridades da ilha a "imediata libertação" dela - assim como a de seu marido, Reinaldo Escobar, e do dissidente Agustín Díaz, que também foram presos com a jornalista independente. "Se as autoridades cubanas pretendiam diminuir a cobertura internacional do julgamento (de Ángel Carromero) freando os esperados e seguidos escritos de Yoani, conseguiram justamente o contrário com essa prisão arbitrária e de óbvio conteúdo político", afirmou Gustavo Mohme, presidente da comissão de liberdade de imprensa e informação da SIP. Diretor do jornal peruano La República, Mohme pediu que as autoridades cubanas deem "mostras de tolerância a favor da liberdade de expressão de imprensa". A situação de Cuba, juntamente com a de outros países latino-americanos onde são registradas aberrações do gênero, será analisada com atenção na próxima assembleia da SIP, que ocorre entre os dias 12 e 16 em São Paulo.O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também protestou. "A detenção desses jornalistas indica claramente que o governo cubano continua sua prática de castigar o jornalismo independente", disse Carlos Lauría, coordenador para as Américas do CPJ, afirmando que "as autoridades cubanas devem libertar imediatamente e sem condições" os três detidos.Repressão à mídia. "Uma comunidade de blogueiros vibrante e independente surgiu em Cuba nos últimos anos em desafio às severas limitações legais, econômicas e tecnológicas", afirmou o CPJ, que considera Cuba "o país mais repressivo para a imprensa do continente americano". "As autoridades (cubanas) devem revelar todos os detalhes de todas as detenções em Bayamo e acusá-los de ofensas criminais que sejam reconhecidas internacionalmente ou libertá-los", disse Javier Zúñiga, da ONG Anistia Internacional. "As restrições sem sentido de Cuba, em relação à liberdade de expressão e mídia independente, têm de chegar ao fim", afirmou a entidade.De acordo com informações da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, organização dissidente que concentra informações a respeito dos opositores da ilha, 533 pessoas sofreram detenções relâmpagos no mês passado em Cuba. / EFE e AFP

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