A decisão de conceder o prêmio Nobel da Paz à advogada iraniana Shirin Ebadi alimentará a luta por direitos iguais e democracia no Oriente Médio, e tirará da obscuridade os ativistas islâmicos que batalham há décadas pelos direitos humanos, disseram grupos dedicados à causa e especialistas. ?Foi uma vitória das mulheres em geral e da mulher muçulmana em particular?, disse Siham Hattab, professor universitário e vereador em Bagdá. Hisham Kassem, líder da Organização Egípcia pelos Direitos Humanos, disse que as mulheres têm sido ativistas no Oriente Médio desde o início do século 20. ?É um reconhecimento pelo que elas fazem, e um pedido de desculpas por tê-las ignorado por tanto tempo?, disse. Rana Husseini, uma jornalista proeminente da Jordânia, pediu que Ebadi use a visibilidade que conquistou com o prêmio para espalhar sua mensagem pelo mundo. No ocidente, onde o programa nuclear do Irã vem causando preocupações, Ebadi foi saudada como um ícone de ideais como democracia e igualdade dos sexos. O ganhador do Nobel de 2002, o ex-presidente Jimmy Carter, emitiu comunicado referindo-se ao trabalho da ganhadora deste ano como ?inspiração para o povo do Irã e do mundo?. A Anistia Internacional disse que o prêmio mostra a preocupação do Comitê Nobel em reconhecer a importância dos direitos humanos e de seus defensores. ?Este prêmio trará nova esperança aos que estão envolvidos na luta diária de sustentar os direitos humanos?, disse comunicado do grupo. Mas a premiação não agradou a todos. A primeira juíza do Egito, Tahany el-Gebaly, disse que outras mulheres do Oriente Médio seriam mais merecedoras. ?Mas como são antiocidentais ou antiamericanas ou contra as políticas do Ocidente, não recebem atenção?, disse.