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É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais. Escreve uma vez por semana.

Opinião|Grupos islâmicos disputam umas áreas e se aliam em outras

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Atualização:

Rami Abdurrahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, é a fonte mais bem informada e confiável do conflito. Em entrevista ao Estado, de seu escritório em Coventry, no centro da Inglaterra, Abdurrahman, que recebe informações diariamente de 300 informantes espalhados pela Síria, explicou o mosaico de grupos islâmicos.Isil e Al-Nusra são inimigos?Rami Abdurrahman - Não. Eles concorrem pelo controle e a Al-Nusra está tentando se aproveitar da vulnerabilidade do Isil tomando as bases desocupadas e os combatentes rendidos. Em vários casos a Al-Nusra atuou como intermediária entre o Isil e batalhões islâmicos e seculares que lutavam contra ele. Não há combates entre os dois grupos, mas há entre o Isil e um batalhão que jurou lealdade à Al-Nusra. O Isil e a Al-Nusra lutam lado a lado em várias frentes, por exemplo na Província de Hasakah (de maioria curda) contra o YPG (grupo curdo) e na zona rural de Damasco contra o regime.A luta contra o regime praticamente parou no norte?Rami Abdurrahman - Não. Há várias frentes de luta entre forças pró e contra o regime na cidade e na província de Alepo. Os confrontos com o regime pararam em Raqqa.De onde vêm o dinheiro e as armas do Isil?Rami Abdurrahman - Do controle sobre campos de petróleo e territórios na Síria, assim como de patrocinadores no Golfo Pérsico. Os combatentes estrangeiros entram pela Turquia.O senhor tem esperança na conferência da Suíça, dia 22?Rami Abdurrahman - Infelizmente, não. Todos os países envolvidos estão buscando apenas seus interesses nacionais, à custa das vidas dos sírios.

Opinião por Lourival Sant'Anna

É colunista do 'Estadão' e analista de assuntos internacionais

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