Vários grupos de defesa dos direitos humanos protestaram nesta quarta-feira em Manila contra o assassinato de cinco ativistas políticos nos últimos dias, e acusaram a presidente filipina, Gloria Macapagal Arroyo, de não fazer nada para impedir a onda de violência contra as organizações de esquerda. O protesto, em frente a Camp Aguinaldo, a sede do Exército, foi promovido por membros das organizações Karapatan (Direito) e Hustisya (Justiça). As duas denunciam 824 assassinatos políticos desde 2001, ano da chegada ao poder da presidente. Participaram também parentes das vítimas, como Evangeline Hernández, que afirmou que sua filha foi assassinada em 2002 por grupos paramilitares. Ela se solidarizou com as famílias de Ruben Ermino, Demetrio Imperial, Ananias Bruce, Miguel Dayandate e Julio Camero, todos assassinados na região de Bicol, sul da ilha de Luzon, entre 18 e 23 de janeiro. Os cinco eram conhecidos ativistas da região. Ermino, Dayandate e Camero estavam filiados ao partido esquerdista Bayan Muna, que desde 2001 perdeu mais de 100 membros em assassinatos. O Bayan Muna e as associações que convocaram o protesto acusam os grupos paramilitares e o Exército de estar por trás dos assassinatos, com o objetivo de eliminar a esquerda filipina do mapa político. A Karapatan afirmou nesta quarta-feira que os crimes fazem parte do Plan de Segurança Nacional Interna criado pelo governo para lutar contra a guerrilha comunista do Novo Exército do Povo (NEP).