21 de março de 2019 | 07h19
Atualizado 21 de março de 2019 | 11h59
CARACAS - Agentes da inteligência venezuelana detiveram Roberto Marrero, chefe de gabinete do líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disseram parlamentares nesta quinta-feira, 21, indicando uma possível repressão do governo do presidente Nicolás Maduro.
"Hoje, Roberto Marrero foi sequestrado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional)", disse o deputado opositor Sergio Vergara, referindo-se à agência de inteligência da Venezuela. Vergara, que é vizinho de Marrero, alega que teve sua residência invadida durante a madrugada.
"Está claro que a ditadura continua a sequestrar cidadãos", disse o também parlamentar de oposição Franklyn Duarte, em um vídeo distribuído pela equipe de imprensa de Guaidó. Relatos indicam que os agentes também invadiram sua residência. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.
Vergara afirmou que os agentes estavam munidos de dois rifles e uma granada durante a ação e chegaram às residências em 10 veículos. Ele também afirmou que mais de 40 funcionários do Sebin entraram nas casas e ficaram no local por mais de três horas. Segundo os opositores, os policiais derrubaram a porta para entrar.
"Infelizmente chegaram a mim. Sigam lutando. Não parem. Cuidem do presidente", disse Marrero em uma gravação telefônica antes de ser detido. Vergara denunciou ante a comunidade internacional que o regime chavista violou sua imunidade parlamentar e pediu a Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, que exija a libertação de Marrero.
Em nome do governo da Colômbia, o chanceler Carlos Holmes Trujillo criticou a ação contra os opositores e pediu à comunidade internacional que exija respeito à liberdade, à vida e à integridade dos opositores.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que os EUA condenam as ações do Sebin e pedem a soltura imediata de Marrero.
Marrero - defensor de Leopoldo López, mentor político de Guaidó e líder do partido Voluntad Popular, que foi detido em 2014 - e Vergara acompanharam Guaidó na viagem que ele fez pela América Latina para obter apoio em seus esforços para tirar Maduro do poder. / Reuters e AP
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