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Guantánamo é "dor-de-cabeça" para os EUA

Os americanos também querem garantias de que os presos não serão torturados se forem repatriados. Muitas nações não querem receber os presos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos querem fechar o centro de detenção de Guantánamo, mas o destino dos mais de 500 detidos é "uma dor-de-cabeça", segundo um funcionário do Departamento de Estado. Em entrevista coletiva por telefone, o conselheiro jurídico do Departamento de Estado, John Bellinger, observou que antes de tomar qualquer medida será preciso confirmar que os detidos não são uma ameaça à segurança dos EUA. Os americanos também querem garantias de que os presos não serão torturados se forem repatriados. Segundo Bellinger, muitas nações não querem receber os presos. A nacionalidade de alguns deles sequer é reconhecida por seus países. Outro obstáculo é a garantia de respeito aos direitos humanos, disse. "Isto mostra a nossa dor-de-cabeça. Queremos nos livrar de Guantánamo e nos proteger", comentou. "Combatentes estrangeiros" No momento há cerca de 540 estrangeiros em Guantánamo, muitos deles capturados no âmbito da guerra contra o terrorismo no Afeganistão e Iraque. Nos EUA, eles são considerados "combatentes estrangeiros", sem direito às convenções para os prisioneiros de Guerra. Até agora só 10 detidos foram acusados formalmente de crimes e poderiam ser processados por tribunais militares. Domingo, o governo dos EUA anunciou a repatriação de 14 sauditas detidos em Guantánamo. Ainda está pendente a libertação de outros 120 prisioneiros cujo retorno a seus países de origem foi autorizado. Cerca de 310 detidos foram transferidos de Guantánamo para outros países, entre eles Afeganistão, Albânia, Arábia Saudita, Austrália, Barein, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grã-Bretanha, Kuwait, Marrocos, Paquistão, Rússia, Suécia e Uganda. Na semana passada, líderes da União Européia pediram ao presidente George W. Bush o fechamento do campo de detenção.

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