Guantánamo fechará somente após término do governo Bush

Demora nos procedimentos judicias dos presos retarda fechamento, diz Casa Branca

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Por Agencia Estado
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A prisão militar de Guantánamo deve continuar funcionando pelo resto do mandato do presidente dos EUA, George W. Bush, por causa da demora em realizar os procedimentos judiciais contra todos os detentos de lá, afirmou a Casa Branca nesta sexta-feira, 23. O mandato de Bush termina em janeiro de 2009. Ele já declarou publicamente que gostaria de ver o fim daquela prisão militar, numa base naval encravada em Cuba, mas dificilmente isso acontecerá sob sua supervisão. Os EUA pretendem julgar de 60 a 80 dos 385 estrangeiros presos em Guantánamo, sendo 14 deles prisioneiros de "alto valor" que chegaram em setembro, vindos de prisões secretas da CIA. Tony Snow, porta-voz da Casa Branca, disse ser "altamente improvável que se possam dispensar todos aqueles casos" ainda no governo Bush. A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse mais tarde a jornalistas que "todo mundo" quer fechar a prisão de Guantánamo. "O problema é que há várias pessoas perigosas que, em alguns casos, não podem ser mantidas, não podem ser julgadas em outros lugares e são perigosas demais para serem soltas. Então é preciso conseguir lidar com isso de alguma forma. O presidente foi muito claro, ele gostaria de fechá-la, todos nós gostaríamos. Estamos todos tentando trabalhar para tornar isso realidade", afirmou Rice, pedindo a ajuda da comunidade internacional. Os presos de Guantánamo, a maioria capturados no Afeganistão após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, são submetidos a um sistema judicial militar separado da Justiça dos EUA. Grupos de direitos humanos defendem sua desativação, e dois senadores estiveram em Guantánamo na semana passada e pediram investigações sobre denúncias de maus tratos. Snow admitiu que o novo secretário de Defesa, Robert Gates, chegou ao cargo pensando em desativar a prisão de Guantánamo, mas teria mudado de idéia após ouvir a opinião do secretário de Justiça, Alberto Gonzales.

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