PUBLICIDADE

Ex-guarda de Auschwitz morre aos 95 anos antes de receber pena

Reinhold Hanning foi condenado em junho de 2016 por um juiz que o qualificou como 'um comparsa disposto e eficiente' do Holocausto

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BERLIM - Um ex-guarda de Auschwitz de 95 anos condenado à prisão na Alemanha em 2016 por cumplicidade nos assassinatos de ao menos 170 mil pessoas morreu antes de sua pena se tornar legalmente obrigatória, disse seu advogado nesta quinta-feira, 1.°.

No que provavelmente foi um dos últimos julgamentos alemães das atrocidades cometidas nos tempos da 2.ª Guerra, Reinhold Hanning foi condenado em junho de 2016 por um juiz que o qualificou como "um comparsa disposto e eficiente" do Holocausto.

O ex-sargento da SS Reinhold Hanning compareceu ao tribunal em Detmold, na Alemanha, em junho de 2016 Foto: Bernd Thissen/Pool Photo via AP

PUBLICIDADE

O advogado de Hanning, Andreas Scharmer, disse que soube da morte do cliente na noite da véspera, mas não quis comentar a causa da morte, ressaltando apenas a idade avançada do ex-guarda.

Scharmer afirmou que o veredicto contra Hanning não é legalmente obrigatório, já que apelações ainda estavam pendentes no mais alto tribunal da Alemanha.

Thomas Walther, advogado de mais de 20 pessoas no caso Hanning, disse estar decepcionado por o réu ter morrido antes de a pena se tornar compulsória, especialmente porque esperava que a instância jurídica superior tomasse sua decisão em julho. "Se o judiciário não tivesse silenciado durante décadas, não teria acontecido essa decepção", disse, acrescentando que espera que a condenação seja confirmada.

Um precedente foi estabelecido em um caso semelhante de 2011, quando o guarda de campo Ivan Demjanjuk foi condenado. Contudo, ele também morreu antes de a Corte Federal de Justiça da Alemanha julgar seu recurso.

Em novembro, a mais alta corte do país rejeitou uma apelação de Oskar Groening, conhecido como o "guarda-livros de Auschwitz", contra o veredicto de cumplicidade nos assassinatos de 300 mil pessoas. / REUTERS

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.