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Guarda Nacional dispersa manifestação contra Chávez

Por Agencia Estado
Atualização:

A Guarda Nacional dispersou hoje, com bombas de gás lacrimogêneo, uma manifestação contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez, diante da sede da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), no município de Chuao, leste da capital Caracas. Um hospital local atendeu pelo menos 20 pessoas com ferimentos e sintomas de asfixia. Um soldado justificou a atuação da Guarda Nacional, alegando que a manifestação não havia sido autorizada. Mas o prefeito do município, o opositor Leopoldo López, disse que a manifestação tinha sua autorização. Os manifestantes de oposição buscavam a adesão do setor petroleiro à greve geral iniciada na segunda-feira e estendida sem prazo definido. A Venezuela é o quinto exportador mundial de petróleo e o setor é decisivo para medir o êxito da paralisação. A greve - a quarta convocada contra Chávez, desta vez com o objetivo de pressioná-lo a aceitar a convocação de um referendo sobre sua permanência no poder - foi qualificada pelo governo como "ilegal" e um "fracasso". O apoio à paralisação foi debilitado hoje, com um menor número de lojas, escolas e indústrias fechadas. A ministra do Trabalho, María Cristina Iglesias, afirmou que a greve teve o apoio apenas de 16% da população. A Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a Federação de Câmaras da Venezuela (Fedecâmaras), que organizaram a greve, asseguraram que mais de 1 milhão de lojas e 3 mil indústrias e empresas permaneciam paralisadas. Os principais jornais do país deixaram de circular hoje, aderindo à paralisação. As tevês e rádios não suspenderam suas transmissões, mas divulgavam de forma contínua os incidentes da greve. Referendo O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou hoje a convocação para o dia 2 de fevereiro do referendo sobre a permanência de Chávez no poder, com os quatro votos necessários. A direção do CNE havia aprovado a convocação da consulta no dia 27, com apenas três votos dos cinco membros da junta eleitoral, mas o Supremo Tribunal anulou a decisão, alegando que a aprovação só seria validada com quatro votos. O governo insiste que o referendo só poderia ser convocado em agosto - na metade do mandato de Chávez -, mas a oposição conseguiu reunir mais de 1 milhão de assinaturas necessárias, segundo a Constituição, solicitando a realização da consulta popular.

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