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Guarda Nacional não poderá deter imigrantes na fronteira dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, irá anunciar o acordo com a Guarda Nacional nesta noite

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fechará um acordo com quatro estados para o uso de tropas da Guarda Nacional para apoiar o controle da imigração na fronteira com o México, mas os soldados não poderão deter os imigrantes ilegais, informou nesta segunda-feira a Casa Branca. Os soldados das guardas nacionais de Califórnia, Texas, Novo México e Arizona "não terão responsabilidades nem atribuições policiais", disse o assessor da Casa Branca Dan Bartlett. O presidente Bush anunciará seu plano sobre a imigração em um pronunciamento que fará na noite desta segunda-feira, enquanto o Senado retoma a discussão da reforma da lei de imigração. Segundo Bartlett, os soldados da Guarda Nacional "desempenharão um papel de apoio" das unidades de Patrulha de Fronteiras, ligadas ao Departamento de Segurança Nacional. Fontes do Pentágono indicaram à rede de televisão CNN que para usar as forças da Guarda Nacional o governo federal assinará um convênio com os governadores dos quatro estados, que detêm a autoridade sobre as tropas estaduais. Repercussão no México O presidente do México, Vicente Fox, conversou com Bush por telefone no domingo e manifestou seu incômodo com a possibilidade de que unidades militares sejam usadas na vigilância da fronteira comum. Segundo o Escritório da Presidência mexicana, na conversa telefônica de meia hora, Bush e Fox concordaram que "a solução dos problemas da fronteira é uma tarefa compartilhada e uma responsabilidade conjunta" dos países. De acordo com um comunicado do governo mexicano, Bush assegurou a Fox que não planeja uma militarização da fronteira, e detalhou "que analisava o apoio administrativo e logístico" da Guarda Nacional, não do Exército ou da polícia, na região da fronteira. O porta-voz do governo mexicano, Ruben Aguilar, disse em uma coletiva no consulado americano no México que o México não está planejando nenhuma medida em resposta. "A embaixada e o consulado estão sempre trabalhando para garantir os direitos do migrantes", disse. Segundo Aguilar, o México se opõe as medidas dos Estados Unidos para conter a migração, mas disse que "isto é uma decisão soberana. Nós não podemos intervir." Repercussão nos Estados Unidos A maioria das pesquisas de opinião nos EUA mostra que grande parte dos entrevistados está insatisfeita com a forma como Bush trata o problema da imigração. Segundo o Escritório do Censo, há mais de 38 milhões de imigrantes nos EUA - 12% da população total - e entre eles quase 12 milhões são ilegais. Cerca de 70% dos imigrantes ilegais são provenientes do México e da América Central. A maioria dos migrantes mexicanos ilegais adentram nos Estados Unidos via os 3.220 quilômetros de fronteira. O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que o esforço irá utilizar apenas "uma pequena porcentagem da Guarda Nacional", que tem cerca de 400 mil membros. Funcionários do governo declararam que menos de 10 mil oficiais serão envolvidos na operação. Apesar de alguns republicanos defenderem a posição de Bush, outros partidos expressam preocupação sobre a Guarda Nacional, que já está no Iraque. A Guarda Nacional consiste em voluntários que dividem suas vidas trabalhando meio período como civis e meio período como soldados. Os agentes da Patrulha de Fronteira, que são civis, irão manter a responsabilidade pela guarda física da fronteira. Os soldados da Guarda Nacional irão atuar em áreas como vigilância, transporte e construção, disse Snow.

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