
11 de setembro de 2011 | 21h36
Os guatemaltecos compareceram às urnas neste domingo para eleger prefeitos, deputados e o novo presidente do país. A grande preocupação dos eleitores é com a insegurança.
A votação terminou no fim da tarde e ainda não há resultados consolidados.
O combate à criminalidade domina a agenda dos principais postulantes ao cargo de presidente, como o general da reserva Otto Pérez Molina e o advogado Manuel Baldizón.
Caso nenhum dos candidatos consiga mais de 50% dos votos, os dois mais votados vão se enfrentar em um segundo turno, em novembro.
O sucessor do atual presidente, Álvaro Colom, vai assumir um país ameaçado por grupos criminosos mexicanos, que tem cruzado as fronteiras da América Central, instalando-se nos países da região e espalhando violência.
Embora as autoridades comemorem avanços no combate ao crime, como a recente redução de homicídios em 9%, a insegurança persiste. A Guatemala tem uma das mais altas taxas de homicídios do mundo, 52 por cada 100 mil habitantes.
Dentre os eleitores, 66% considera a insegurança o principal problema do país.
Um dos casos que mais chamou a atenção foi o massacre que deixou 27 mortos no Departamento de El Petén, na fronteira com o México.
Geidy de Mata, diretora da faculdade de Ciências Políticas da Universidade de San Carlos, lembra que faltam à Guatemala recursos e estabilidade institucional para enfrentar uma possível onda de insegurança, fenômeno que atinge regiões do México.
"Há grandes desafios para consolidar sistemas de inteligência e implementar programas de prevenção a delitos. Se a maioria da população não tem acesso à educação, saúde ou trabalho, a pobreza gera um ambiente para o crime", diz.
General presidente?
O líder das pesquisas é Otto Pérez Molina (Partido Patriota). O lema do candidato é "Mão dura, cabeça e coração". O general da reserva lutou durante o conflito civil no país e foi um dos negociadores do acordo de paz de 1996.
Em entrevista à BBC Mundo, Molina diz que vai recorrer ao Exército para combater a criminalidade. Ele diz ainda que irá procurar a cooperação de países da região, como os Estados Unidos.
O principal concorrente de Molina é Manuel Baldizón (do partido Líder).
Sua proposta mais polêmica é a convocação de um referendo para os guatemaltecos decidirem se querem a aplicação da pena de morte no país.
"Não estamos radicalizando nem estamos com obsessão para sua aplicação", explica à BBC Mundo.
Baldizón também propõe a criação de uma guarda nacional.
O combate à criminalidade também faz parte da agenda do terceiro candidato a aparecer nas pesquisas, Eduardo Suger (Creo). Para ele, a única forma de combater o narcotráfico é apelar ao Exército.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.