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Guerra causa revisão de conceitos militares

Conflito obrigou indústria bélica a produzir novas tecnologias de combate

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A guerra do Iraque mudou conceitos militares e produziu novas tecnologias. Nunca mais haverá grandes exércitos convencionais - o conflito deixou claro que as forças dedicadas a operações especiais, móveis e destruidoras, são mais eficientes. Também consagrou as bombas de precisão, menores e mais inteligentes. Como fora previsto em maio de 2003 pelo general Norman Schwarzkopf - comandante das tropas da coalização, na Guerra do Golfo, em 1991 -, os supersoldados americanos não estavam instruídos para enfrentar a longa luta de desgaste imposta pelos insurgentes. Falhou a blindagem dos veículos, e a inteligência só agora está produzindo dados consistentes. Com um pouco de sorte, um homem na rua, armado com um foguete básico de US$ 120, consegue neutralizar um avançado tanque de US$ 3 milhões, como reconheceu o secretário da Defesa, Robert Gates, nesta semana na Comissão de Segurança do Senado americano A indústria militar prosperou. Caso emblemático é o da nova bomba GBU-39 SDB, de ataque cirúrgico, em uso regular no Iraque e no Afeganistão. Pesa apenas 130 quilos, mas pode levar cerca de 60 granadas para fazer chover fogo sobre o alvo - ou atingi-lo com uma carga explosiva única, depois de percorrer até 110 km em vôo planado, guiado por GPS e sinais de satélite. O Pentágono encomendou 45 mil unidades da segunda geração. Vai pagar US$ 1,3 bilhão pelo lote. Tem enormes vantagens sobre os modelos maiores, de até uma tonelada, as GBU-28 dirigidas por laser. Uma delas, seguida a poucos segundos por um míssil de cruzeiro Tomahawk, iniciou o bombardeio a Bagdá com um impacto direto contra a porta de aço do monolítico prédio do Ministério da Defesa. Uma GBU- 39 poderia ter entrado pela janela.

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