Guerra da Chechênia alimenta extremistas islâmicos

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Por Agencia Estado
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Com a prolongação da guerra da Chechênia, uma zona basicamente muçulmana no norte do Cáucaso, se multiplicaram atos desesperados de rebeldes chechenos, furiosos pela destruição de seu país natal. Também cresceu o nível de brutalidade, aproximando-se do extremismo islâmico e criando uma nova geração disposta a assassinar civis inocentes. Alguns dos chechenos que encabeçaram os esforços para criar um país independente e brigaram em guerras brutais contra a Rússia estão adotando linguagem e métodos terroristas, e algumas vezes até o mesmo vestuário dos extremistas islâmicos. "São profissionais frios e duros", disse Irina Khakamada, uma legisladora liberal que sustentou as conversações com os rebeldes chechenos durante o seqüestro de centenas de pessoas em Moscou, exigindo que a Rússia retirasse suas tropas da Chechênia. "São indiferentes ante a vida e a morte", disse Khakamada à televisão russa. Os chechenos estão entre os grupos étnicos mais violentos que existem na Rússia. Lutaram contra os czares no século 19 até que finalmente fossem derrotados. Stalin ordenou sua deportação em massa durante a 2ª Guerra Mundial. Quando veio o colapso da União Soviética, se apressaram em declarar independência. As forças russas invadiram a Chechênia em 1994 para suprimir o movimento independentista. Os líderes rebeldes empreenderam sangrentas tomadas de reféns em 95 e 96, que forçaram a Rússia a negociar e retirar tropas. A guerra se instalou novamente em 98, quando a Rússia responsabilizou os rebeldes pela morte de 300 pessoas num ataque a bomba. Cada vez mais os rebeldes têm encontrado apoio político e financiamento dos países árabes, o que ajuda a explicar a crescente influência dos islâmicos na Chechênia.

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