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Guerra de boatos marca campanha

Canais de TV assumem defesa dos candidatos

Atualização:

Truques sujos, armações, falsificações, boatos e golpes baixos de todos os tipos têm sido a marca da campanha para a eleição presidencial de domingo na Venezuela. Na ponta de lança dessas estratégias estão as duas emissoras do país que assumiram abertamente a defesa da candidatura de Hugo Chávez e de Henrique Capriles Radonski - respectivamente, a estatal Venezolana de Televisión (VTV) e o canal privado Globovisión, alvo de todo tipo de retaliação por parte do governo chavista.Pelo menos um dos casos provocou impacto negativo substancial na campanha de Capriles. Um de seus coordenadores, o deputado Juan Carlos Caldera foi flagrado recebendo um pacote de dinheiro de um empresário não identificado, mas que supostamente seria emissário de um magnata que tem vários negócios com o governo Chávez. As imagens exibidas à exaustão na VTV forçaram Capriles a ir a público, desautorizar a atitude de Caldera e afastá-lo da campanha. Nesta semana, surgiu um áudio de uma conversa telefônica entre o pai de Capriles e um outro empresário na qual ele pedia "contribuição" para a campanha do filho. Uma das frases da conversa - "se for em dinheiro é melhor" - não para de ser exibida pelo canal chavista. Capriles, até ontem, não tinha se manifestado a respeito.A saúde de Chávez, que há mais de um ano se trata de um câncer pélvico mal esclarecido pelo governo, também é alvo de especulações por parte da oposição. Os partidários de Capriles dão eco a informações de blogs apócrifos segundo os quais o candidato à reeleição tem recorrido a poderosos esteroides para poder se manter em pé e cumprir uma agenda de campanha reduzida pela limitação física do presidente. Segundo essas fontes, em estágio terminal, Chávez embarcará para o Brasil na segunda ou terça-feira para internar-se no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Uma viagem de Chávez ao Brasil para tratamento foi noticiada várias vezes no últimos meses, sem confirmação.A oposição também acusa a campanha chavista de usar truques de computação para "turbinar" a multidão que tem comparecido aos atos de campanha chavista - que rejeita a suspeita e a devolve a Capriles. Até agora, o árbitro do processo, o Conselho Nacional Eleitoral, cuja maioria dos juízes foi nomeada por Chávez, não interveio. / R.L.

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