Guerra de guerrilha é difícil, admite Bush

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Por Agencia Estado
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O presidente norte-americano, George W. Bush, declarou nesta sexta-feira que os Estados Unidos aprenderam muito com a desastrosa campanha soviética no Afeganistão e reconheceu as dificuldades que forças convencionais enfrentariam para combater guerrilheiros. "Estou completamente ciente das dificuldades que os soviéticos encontraram no Afeganistão", disse o presidente americano em breve encontro com jornalistas no Salão Oval, após o encontro que manteve com o rei Abdullah, da Jordânia. "Nosso pessoal de inteligência e o Departamento de Estado também conhece bem esses fatos", acrescentou. "É complicado lutar uma guerra de guerrilha com forças convencionais", prosseguiu Bush, antes de reiterar que sua declarada guerra contra o terrorismo internacional se dará em várias frentes: financeira, diplomática e militar. "Essa é a razão pela qual expliquei ao povo americano que a guerra contra o terrorismo será uma guerra diferente." Bush voltou a afirmar que a exigência que fez à milícia afegã Taleban para que entregue o terrorista saudita Osama bin Laden não está sujeita a negociações. Durante o encontro com Abdullah, considerado o mais confiável aliado árabe dos EUA, Bush recebeu o apoio da Jordânia para a campanha contra o terrorismo internacional. "Que ninguém se engane, estamos nos calcanhares dos terroristas", disse Bush, depois, na entrevista coletiva conjunta com Abdullah. O presidente norte-americano acrescentou que o objetivo dos EUA não é só levar Bin Laden ante a Justiça, mas também capturar todos os seus seguidores e destruir completamente "os campos de adestramento" do terror. "Seremos pacientes, diligentes e determinados para trazer essa gente ante a Justiça e desmontar a atividade terrorista ao redor do mundo", afirmou. Bin Laden é o suspeito de ter planejado a série de ataques do dia 11, na qual aviões de pasageiros seqüestrados foram lançados contra as duas torres do World Trade Center, em Nova York, e contra a sede do Pentágono, em Washington. Um quarto avião caiu em Pittsburgh, Pensilvânia, antes que atingisse seu alvo, até agora desconhecido. Mais de 6 mil pessoas morreram nos atentados. Uma pesquisa publicada hoje pela revista Time revela que 84% dos americanos apóiam uma retaliação militar americana contra o regime Taleban. Dois terços dos entrevistados disseram acreditar que a operação militar aumenta a probabilidade de que os EUA sofram um novo ataque terrorista nos próximos meses e 56% acham que a guerra será longa e causará muitas baixas entre os americanos, mas crêem que os EUA sairão vitoriosos. Para 23%, no entanto, a guerra contra o terrorismo não será tão longa nem tão penosa em termos de baixas. A pesquisa indica também que 17% dos cidadãos americanos estão dispostos a comprar máscaras contra gases para enfrentar um possível ataque químico. Outros 25% planejam, como primeira providência contra esse tipo de atentado, tomar vacinas contra varíola e antraz. Os que se manifestaram a favor de comprar uma pistola ou um fuzil foram 22%.

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