Guerra deixa Argentina em alerta

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Por Agencia Estado
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Alvo de dois atentados a bomba durante os anos noventa, a Argentina decretou estado de alerta, reforçando a segurança nos portos, aeroportos, fronteiras e representações da comunidade israelense no país. As informações são do secretário de Inteligência do Estado, Miguel Angel Tomá. Ele justificou a medida, dizendo que os atentados à embaixada de Israel, em 1992, e à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, deixam o país vulnerável e a memória nacional marcada com mais de 100 vítimas fatais. O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Ruckauf, e o chefe de gabinete da Casa Rosada, Alfredo Atanasof, afirmaram que depois da Grã Bretanha, foi a vez, hoje, de o governo espanhol pedir apoio do país no iminente ataque contra o governo de Saddam Hussein. O governo argentino reiterou que rejeita concender qualquer tipo de ajuda militar. "Argentina não participará do conflito bélico. Nossa postura é firme e decidida, a de oferecer apoio humanitário, mas através da ONU", ressaltou Atanasof. O gesto do governo do presidente Eduardo Duhalde é mais um na lista da atual administração de tentar diferenciar-se dos atos do agora candidato Carlos Menem de quem Duhalde foi vice-presidente. Quando Menem era presidente enviou tropas de apoio, em 1991, ao ataque no Golfo Pérsico. Hoje essa possibilidade é totalmente descartada por Duhalde. "O governo não apóia esta guerra. Ela vai contra nossos princípios de defender a paz", disse Luis Verdi, porta-voz da Presidência da República, durante entrevista em seu gabinete na Casa Rosada. "A iminente guerra é um desafio aos organismos mundiais". Mercosul Não se descarta, entre diplomatas argentinos, que os quatro países do Mercosul preparem novo comunicado conjunto sobre o iminente ataque contra o Iraque. No dia cinco de fevereiro último, durante reunião em Montevidéu, no Uruguai, o conselho de ministros do bloco divulgou comunicado, em nome dos chanceleres, repudiando o terrorismo e as armas de destruição em massa. Ao mesmo tempo, o documento destacava o apoio aos esforços pacíficos através do Conselho de Segurança da ONU. Mas diante do ultimato do presidente americano George W. Bush contra Saddam Hussein, deixando para trás o papel da ONU, a expectativa é de que os países do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - lancem novo comunicado conjunto.

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