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Guerra no Iraque aumenta paranóia nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Na frente doméstica, a guerra que os Estados Unidos desencadearam contra o Iraque em nome do combate preventivo ao terrorismo produziu o efeito inicial oposto ao que o presidente George W. Bush previu, no discurso em que deu um ultimato a Saddam Hussein, na última segunda-feira. Com o país sob o código de alerta laranja, o segundo mais alto, o FBI anunciou hoje que um operador da Al-Qaeda, o saudita Adnan G. El Shukrijumah, de 27 anos, talvez tenha entrado nos Estados Unidos com a missão de preparar um atentando terrorista. Antes mesmo de o FBI soar o alarma sobre Shukrijumah, as precauções de segurança adicionais exigidas pelo código laranja e pela guerra já estavam visíveis nas grandes cidades. Nova York amanheceu hoje com novas normas de trânsito em suas vias expressas e pontos nevrálgicos, considerados alvos potenciais para ataques terroristas. Nos acessos à ilha de Manhattan, que é o coração da maior cidade americana, o tráfego de veículos comerciais foi separado do de carros e ônibus, para facilitar o trabalho de inspeção de bombas pela polícia, aumentando os engarrafamentos de um dia chuvoso. Os governadores de Nova York, New Jersey e Connecticut anunciaram um programa conjunto de policiamento 24 horas de pontos estratégicos na extensa região metropolitana de Nova York, que se espalha pelos três Estados. A parte central de Washington estava com policiamento reforçado por forças militares no perímetro ampliado de segurança, estabelecido para a Casa Branca e outros prédios oficiais. A necessidade de reforçar as medidas de segurança contra possíveis ataques terroristas, suscitada pela decisão da administração Bush de ir à guerra para desarmar e remover Saddam Hussein do poder, foi mal recebida por prefeitos, que criticam a falta do apoio prometido pelo governo federal. "A grande frustração é que estamos travando uma guerra no Oriente Médio, tentando nos defender contra o terrorismo, e as cidades não receberam apoio financeiro para fazer sua parte", disse o prefeito de Fort Worth, Texas, Kenneth Barr. A crítica de Barr é comum entre prefeito de cidades médias e grandes, que estão sendo forçados a gastar recursos não previstos em seus orçamentos para cobrir custos adicionais de policiamento, provocados pelos alertas de segurança de Washington. Durante as discussões sobre a guerra contra o Iraque, líderes democratas disseram que fixação de Bush na questão do Iraque tinha levado sua administração a descuidar dos planos de defesa interna contra ataques terroristas com armas químicas. Nas grandes cidades, por exemplo, contam-se nos dedos os corpos de bombeiros e serviços de ambulância equipados com roupas e máscaras apropriadas para responder a um ataque químico. Veja o especial :

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