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Guerra no Iraque elevou medo de terror, diz pesquisa

Pesquisa foi realizada em 35 países entre outubro de 2005 e janeiro de 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pesquisa global realizada a pedido da BBC com mais de 40 mil pessoas em 35 países indica que a maior parte da população mundial acredita que a guerra no Iraque aumentou o risco de ataques terroristas em todo o mundo. O levantamento aponta que, em média, 60% dos entrevistados concordaram que o risco de atentados cresceu, 12% disseram que a probabilidade de ataques terroristas diminuiu e 15% afirmaram que a guerra no Iraque não teve efeito sobre o risco de atentados. Em 33 países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, a maior parte dos entrevistados disse que o conflito no Iraque aumentou as chances de que novos ataques sejam realizados. ?A quase unanimidade dessa avaliação entre os países é fora do comum em pesquisas globais de opinião pública?, afirma Steven Kull, diretor do programa da Universidade de Maryland que estuda a opinião pública em assuntos internacionais. As exceções foram o México, onde 59% afirmaram que a guerra não teve influência sobre o risco de atentados, e a Nigéria, onde 49% disseram que o risco diminuiu. ?É oficial: os cidadãos em todo o mundo acreditam que os líderes ocidentais cometeram um erro fundamental em sua guerra contra o terror ao invadir o Iraque?, comenta Doug Miller, presidente da companhia GlobeScan. A pesquisa mundial da BBC foi coordenada pela GlobeScan, em parceria com a Universidade de Maryland, e conduzida por empresas locais entre outubro de 2005 e janeiro de 2006. Os iraquianos No Iraque 74% dos 2,2 mil entrevistados acham que a iniciativa da coalizão liderada pelos Estados Unidos de derrubar Saddam Hussein em 2003 foi uma ?decisão correta?. O levantamento também indica que a população do país está dividida quanto à presença em território iraquiano das tropas lideradas pelos Estados Unidos: 49% dos entrevistados afirmam que as tropas dos americanos e de seus aliados devem deixar o país nos próximos meses, e outros 49% dizem que as forças estrangeiras devem permanecer no Iraque até o país se tornar estável. Em outra pergunta, que questiona como as tropas da coalizão liderada pelos Estados Unidos deveriam agir caso o governo iraquiano pedisse que elas permanecessem no país, o apoio à presença estrangeira no Iraque é um pouco maior. Nesse caso, 53% dos entrevistados iraquianos disseram que as tropas estrangeiras deveriam atender o pedido do governo do Iraque e permanecer no país, enquanto 45% insistiram que, mesmo assim, os americanos e seus aliados deveriam se retirar. Outros países A pesquisa da BBC também foi realizada em outros 34 países, incluindo nações islâmicas vizinhas ao Iraque como Arábia Saudita, Irã e Turquia. Nesses três países, mais da metade dos entrevistados defenderam a saída das tropas americanas de solo iraquiano. No Afeganistão, que também foi cenário de uma ofensiva militar liderada pelos Estados Unidos, o resultado foi diferente: 58% dos pesquisados disseram que as tropas estrangeiras devem permanecer no Iraque até que o país se torne estável. Nos Estados Unidos, a opinião coincidiu com a dos afegãos: 58% afirmaram que as forças da coalizão devem permanecer no Iraque. Em outros cinco países que também têm soldados no Iraque, os resultados foram mistos. Em três deles, Grã-Bretanha (56%), Austrália (57%) e Itália (47%), a maioria dos entrevistados disse que as forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos devem permanecer no Iraque. Nos outros dois países, Coréia do Sul (51%) e Polônia (50%), a maioria afirmou que as tropas estrangeiras devem se retirar do território iraquiano. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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