Guerrilha colombiana pede apoio ao Brasil

As Farc, o maior e mais antigo grupo rebelde do país, quer a intermediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na busca pela reconciliação colombiana

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Por Agencia Estado
Atualização:

A guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) solicitou nesta quinta-feira o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que prevaleça na Colômbia "a força da razão", e para que o governo de Alvaro Uribe "reconcilie e reconstrua" o país. Em uma carta publicada no site das Farc na internet, Raúl Reyes, do secretariado da guerrilha, pediu o "apoio do governo e do povo do Brasil" na busca pela reconciliação. "Não existe vontade política nem gestos concretos nos governantes de turno que deixem entrever a possibilidade de se alcançar tanto a troca de prisioneiros como o reinício dos diálogos que nos direcionem a uma paz estável e duradoura", afirma Reyes referindo-se ao distanciamento do governo de Uribe das negociações com a guerrilha. Nos últimos meses, o governo colombiano e as Farc marcaram alguns avanços em suas negociações para a troca de prisioneiros, mas o presidente passou a descartar essa possibilidade argumentando que primeiro é necessário um fim imediato das hostilidades por parte dos guerrilheiros. Em seu comunicado, as Farc sublinham o papel do Brasil na América Latina e consideram que o País possa ajudar o "continente a caminhar com suas próprias pernas em direção a um futuro com justiça social". As Farc, a maior e mais antiga guerrilha colombiana, com cerca de 17 mil combatentes, afirmaram que se comprometem em manter um território de "pacífica convivência" na fronteira comum entre Colômbia e Brasil. "Não podemos permitir que (o presidente dos EUA, George W.) Bush nem Uribe envolvam os países vizinhos em nosso conflito interno, valendo-se para isso de mentiras", diz o comunicado. A guerrilha também parabenizou Lula por sua vitória eleitoral em 29 de outubro. O texto considera o presidente brasileiro como "o filho predileto" do Brasil.

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