Guerrilha das Farc seqüestra governador na Colômbia

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do departamento (estado) de Antioquia, Guillermo Gaviria, o ex-ministro da Defesa, Gilberto Echeverri, e um sacerdote foram seqüestrados por uma frente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) quando participavam de uma marcha pela não Violência, informou hoje a polícia colombiana. "O governador e o ex-ministro, assim como um sacerdote (Carlos Yepes), foram seqüestrados pela frente das Farc no município de Caicedo", afirmou o comandante da polícia de Antioquia, coronel Pedro Molano. Os três estavam à frente de uma caravana pelo fim da violência que percorreu durante quatro dias um trajeto entre Medellín - a 258 km a noroeste de Bogotá, segunda maior cidade do país e capital do departamento de Antioquia - e Caicedo, um município a noroeste do mesmo departamento que foi alvo de vários ataques guerrilheiros. "(Eles) foram retidos pelo Secretariado das Farc, que queria informar-se sobre os objetivos da marcha", disse à rádio Caracol o bispo auxiliar de Medellín, Ivan Castaño - que fez parte de um grupo que foi obrigado pelos rebeldes a separar-se da caravana e entrar numa zona montanhosa a 3 km de Caicedo. Após permanecer várias horas com os guerrilheiros, o bispo e outros clérigos foram libertados, enquanto o governador, o ex-ministro e o sacerdote continuaram retidos. "À luz do direito internacional humanitário, trata-se de um seqüestro. Quando alguém está em um lugar contra sua vontade é um seqüestro, e foi isso que ocorreu", declarou o comandante de polícia em Medellín. O americano Bernard Lafayette, do Movimento não à Violência, que também participou da caravana, foi igualmente "retido", mas liberado pela manhã, e permanece em uma aldeia próxima a Caicedo, afirmou o arcebispo Ignácio Gómez, outro dos que protestavam contra a violência. Já a esposa do governador, Yolanda Pinto Afanador, disse que, pelo contrário, "não se trata de um seqüestro e, sim, de uma retenção para conversar sobre os problemas da zona". As milhares de pessoas que se aproximavam de Caicedo - ponto final da marcha - foram bloqueadas pelas Farc e obrigadas a voltar para casa.

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