
02 de março de 2020 | 13h47
JERUSALÉM - Os israelenses vão às urnas nesta segunda, 2, para tentar romper o impasse político do país na terceira eleição geral em menos de um ano. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu avançou em pesquisas recentes, aumentando a chance de estender seu mandato de 11 anos. Mas é mais provável que a votação termine novamente sem uma conclusão, prolongue o impasse e leve a outro pleito dentro de alguns meses.
Veja abaixo algumas perguntas e respostas sobre a eleição em Israel.
Os israelenses participaram de uma eleição geral em abril de 2019 e, depois, em setembro. Nas duas vezes, nem o bloco religioso-conservador de Netanyahu nem os seus opositores oponentes seculares conseguiram cadeiras suficientes para formar uma coalizão de governo.
Os israelenses votam em partidos, em vez de candidatos individuais. Os 120 assentos no Parlamento são então divididos entre os partidos, de acordo com a proporção da parte do voto nacional. Ganha quem obtiver a maioria de 61 votos. Das duas últimas vezes, Netanyahu e Gantz conseguiram formar coalizões de apenas 56 ou 57 deputados.
Esse processo torna quase impossível para qualquer partido ganhar a maioria - ou 61 cadeiras - por conta própria. Para conquistar o poder, os líderes políticos precisam reunir alianças com vários partidos menores, às vezes com ideologias e demandas muito diferentes. Os palestinos que vivem nos territórios ocupados não podem votar.
O bloco de Netanyahu, de direita, consiste em seu próprio partido Likud, um grupo conservador secular e artidos ultra-ortodoxos e de extrema-direita. Seu principal rival é Benny Gantz, um ex-chefe do exército que lidera uma aliança centrista secular, a Azul e Branco. Para formar a maioria, Gantz tentaria construir uma coalizão a partir da aliança Labor-Gesher-Meretz, à esquerda.
A solução proposta pelo presidente Trump para o conflito israelense-palestino, apresentada em janeiro, pode ser decisiva para a campanha. Grupos de direitos humanos condenaram o plano de negligenciar os interesses palestinos, enquanto os colonos israelenses disseram que não anexavam terras palestinas suficientes.
No momento em que Netanyahu e Gantz apoiaram a a proposta, a eleição se tornou um plebiscito para o próprio primeiro-ministro. Ele foi indiciado por corrupção em novembro e, se reeleito, se tornaria o primeiro primeiro-ministro israelense a ocupar o cargo enquanto réu em um julgamento criminal.
Gantz, por sua vez, afirma que a integridade da democracia israelense está em risco, enquanto o premiê responde que Gantz é incompetente e só ele tem a experiência para proteger a economia e a segurança de Israel.
Provavelmente não. Mas com o cansaço dos eleitores por três eleições em período curto e o medo do coronavírus aumentar, uma participação abaixo do esperado pode surpreender. As atenções estão voltadas para Avigdor Liberman, um ex-aliado de Netanyahu que agora pode ser decisivo. Ele lidera um pequeno grupo nacionalista secular e ainda precisa esclarecer quem apoiar.
Gantz também precisaria do apoio de uma aliança de partidos árabes. Mas isso, por sua vez, pode afastar Liberman, que historicamente descarta ingressar em um governo que inclui os árabes.
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