Gutiérrez lidera na contagem de votos no Equador

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Por Agencia Estado
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Contados os votos de 21% das seções eleitorais do segundo turno do pleito presidencial deste domingo no Equador, o ex-coronel golpista Lucio Gutiérrez ganhava dianteira sobre seus adversário, o magnata Alvaro Noboa, segundo dados oficiais. Gutiérrez acumulava 596.981 votos, que correspondem a 58 22% dos votos válidos, e Noboa, 428.451 sufrágios, equivalentes a 41,78%, segundo dados distribuídos pelo Tribunal Supremo Eleitoral através de uma rede de televisão. Esta é o quarta eleição presidencial no país num período de dez anos, durante os quais a turbulência política impediu que dois dos governantes completassem seus mandatos. Ao soarem os sinos das igrejas da capital, Quito, e de outras cidades equatorianas às 7h00 da manhã (hora local), abriram-se as seções eleitorais em todo o país em que 8,1 milhões de seus 12 milhões de habitantes estão habilitados a votar. Na cidade andina de Riobamba, no entanto, a eleição foi suspensa até o próximo domingo devido à explosão esta semana de equipamentos militares em um quartel desta cidade a 160 km ao sul de Quito, que deixou grande número de mortos e feridos e vultosos danos materiais. No primeiro turno eleitoral, realizado em outubro, Gutiérrez obteve 20,4% dos votos e Noboa, 17,3%; mas, como nenhum dos candidatos alcançou a maioria, realizou-se hoje a segunda rodada. Ao comparecer hoje às urnas, Gutiérrez denunciou que Noboa havia "comprado a consciência" das autoridades eleitorais e pediu que as Forças Armadas, a polícia e os observadores internacionais impeçam uma possível fraude. Noboa, por sua vez, descartou a possibilidade de fraude e assegurou que os dados de duas empresas de pesquisas, cujo nome não revelou, mostraram que ele seria o vencedor do pleito. Fez esta declaração em meio à jornada eleitoral, seis horas antes de a votação se encerrar. Gutiérrez manteve-se como favorito nos levantamentos pré-eleitorais para o segundo turno com uma vantagem de 56% das intenções de voto sobre os 20% de Noboa, mas as últimas sondagens revelaram que a diferença se reduzira. Um delas, inclusive, apontou um "empate técnico", com 38,9% para Gutiérrez e 38,1% para Noboa. O ex-militar, que se define como de centro-esquerda, foi apresentado por seu partido, Sociedade Patriótica 21 de Janeiro, que ele fundou com esse nome por liderar nessa data uma rebelião de indígenas e militares que derrubou o presidente Jamil Mahuad em janeiro de 2000. Noboa foi apresentado pelo Partido Renovador Institucional Ação Nacional (PRIAN), que fundou após ter perdido em 1998, por estreita margem, para Mahuad no segundo turno.

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