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Há 'apelo' e não 'interferência' do Brasil, diz Amorim

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, negou hoje que haja "interferência" do Brasil no caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani - iraniana condenada à morte por supostamente manter relacionamentos extraconjugais, também acusada pelo regime de Mahmoud Ahmadinejad de envolvimento na morte do marido. Segundo o chanceler, o governo brasileiro fez um "apelo" ao oferecer asilo para Sakineh."Não é uma interferência de modo algum na soberania (iraniana)", disse. "O apelo de uma pessoa com quem você tem relações amistosas tem mais chances de ser bem-sucedido", acrescentou Amorim, após receber, no Palácio do Itamaraty, o chanceler do Chile, Alfredo Moreno. "Como o presidente Lula tem uma boa relação com o presidente Ahmadinejad, é natural ele poder fazer um apelo".Ontem, a Embaixada do Irã no País informou, por meio de nota, que o episódio serve para "prejudicar a imagem da República Islâmica do Irã", "pressionar o governo de Luis (sic) Inácio Lula da Silva" e "prejudicar as relações bilaterais". A embaixada disse ainda que Teerã e Brasília "pagaram muito por sua independência e liberdade" e que "não permitirão, de maneira alguma, interferências de quaisquer países em seus assuntos internos".Para Amorim, não há mal estar entre os dois países por conta do caso. "É claro que o que nós preferimos é que haja uma solução, já foi dito várias vezes", disse o ministro. "É um caso que tocou a sensibilidade das pessoas, não vou entrar no mérito se ela tem outras acusações, se não tem e o que elas representam, mas o fato é que esse caso, como se apresentou para o mundo e ao Brasil, tocou a sensibilidade".

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