Há dez anos, o império comunista se desmanchava no ar

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Por Agencia Estado
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O anúncio oficial foi feito em 8 de dezembro de 1991 pelos presidentes da Rússia, Boris Yeltsin, da Ucrânia, Leonid Kravchuk, e da Bielo-Rússia, Stanislav Shushkevich. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), então governada por Mikhail Gorbachov, deixava de existir. Em seu lugar, formava-se uma Comunidade de Estados Independentes (CEI). A decisão dos três presidentes, responsáveis por 70% da população da então URSS e que atendiam ao apelo da população, representou um golpe nos planos do líder soviético de reintroduzir a propriedade privada nos países do bloco mantendo a fidelidade ao marxismo-leninismo. No dia 25 de dezembro, Gorbachov renunciava. A abertura gradual da potência soviética, a perestroika, iniciada por Gorbachov, não resistiu aos problemas econômicos e sociais das repúblicas da URSS e acabou por agravá-los. Enquanto as autoridades soviéticas aprovavam medidas impensáveis para um bloco socialista, como a abertura ao capital estrangeiro, a privatização e um acordo com os Estados Unidos para a redução de arsenais nucleares, o país se abria também à cultura pop americana, utilizada pelos cidadãos para expressar seu descontentamento com os resultados das reformas econômicas e, principalmente, com os anos de repressão. Uma polarização de forças tomou conta do bloco: de um lado, Gorbachov e sua proposta de um processo não traumático; de outro, o presidente russo Boris Yeltsin, que defendia o fim da burocracia, foi eleito por voto popular e apregoava que o Estado não deve existir acima do cidadão. Yeltsin assumiu a Rússia defendendo a religião e a "plena renúncia à ditadura ideológica", passou a combater pesadamente Gorbachov e levou a melhor no processo, como mostra o especial elaborado pela Agência Estado com as principais notícias da época, que confirmam a idéia expressa na frase marxista: "tudo o que é sólido desmancha no ar". Para ver o especial do Diário do Passado, clique aqui.

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