Hacker que identificou Manning depõe nos EUA

Adrian Lamo é a terceira testemunha do julgamento, que deve se estender por 12 semanas

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O hacker que alertou o governo americano sobre o papel do soldado do Exército Bradley Manning no vazamento de documentos confidenciais para o WikiLeaks deporia nesta terça-feira, 4, em um tribunal de Maryland no segundo dia de julgamento do militar, acusado de "ajudar o inimigo". Adrian Lamo é a terceira testemunha do julgamento, que deve se estender por 12 semanas.

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Em uma sessão preliminar pela manhã, a promotoria ouviu dois especialistas forenses em computação, da divisão de investigações de crimes digitais do Exército americano. David Shaver e Mark Johnsson foram os responsáveis por examinar os computadores e programas usados por Manning nos vazamentos.

No depoimento, Johnsson disse ter encontrado vestígios digitais da colaboração do acusado com o WikiLeaks no final de 2009, enquanto servia no Iraque. A testemunha ressaltou, no entanto, que não achou evidências de que Manning nutrisse sentimentos antiamericanos, colaborasse com terroristas ou movimentasse dinheiro ilegalmente pela internet.

O julgamento começou na segunda-feira, com a exposição da promotoria, que tentou descrever o soldado como um traidor que colocou em risco a vida de seus colegas. A defesa procurou tratá-lo como um idealista ingênuo.

A promotoria tenta enquadrar o militar nos crimes de auxílio ao inimigo e espionagem, passível de prisão perpétua. Manning confessou ser o vazador das informações, mas negou as acusações da promotoria e a defesa busca atenuar a pena para até 20 anos de prisão.

Entre os documentos vazados pelo suspeito estão o vídeo de um ataque contra civis no Iraque, papéis confidenciais das guerras do Iraque e do Afeganistão e centenas de milhares de cabos diplomáticos do Departamento de Estado americano. Voluntários arrecadaram pela internet o dinheiro para pagar por sua defesa. / THE NEW YORK TIMES

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